Força com o Auxílio de Molas

        Quando introduzi o conceito de força, achei importante, após debater alguns tipos de forças conhecidas do cotidiano de cada um, detalhar a força de atrito antes mesmo de falar sobre o conceito de inércia; pois é difícil de dizer aos alunos que um objeto que está em movimento tende a permanecer em movimento, se o que eles observam experimentalmente é que um objeto em movimento acaba sempre parando, por mais "lisinho" que possa estar o chão.

        É claro que quando o aluno pensa nesse exemplo, não sabendo que existe uma força contrária à tendência de deslizamento de duas superfícies, acredita que o corpo em movimento acaba cessando porque a força inicial se gasta. É bem mais fácil discutir o Princípio da Inércia, digo por experiência própria, se o aluno entende o que significa força de atrito. Fica mais simples de perceber que, quando a força resultante é nula, o objeto pode estar em repouso ou em movimento em linha reta com velocidade constante. Para trabalhar com a força de atrito achei conveniente levar molas para sala de aula. Se a mola estender um pouquinho já estará atuando uma força; não é preciso estudar física para saber disso. Se pegarmos um objeto qualquer, por exemplo um estojo, e prendermos nele uma mola, é fácil visualizar que, ao esticar-se um pouco a mola, existe uma força puxando o estojo para um lado e, se o estojo permanece parado, é porque tem uma força de mesma intensidade atuando no sentido contrário, que é a força de atrito.

        Com uma mola você demonstra que a Terra continua puxando os corpos para atuando no sentido contrário, que é a força de atrito. Com uma mola pode-se demonstrar que a Terra continua puxando os corpos para baixo, mesmo quando eles estão parados bastando visualizar o quanto a mola distende. Após trabalhar identificando forças com o auxílio de molas, é muito conveniente discutir um pouco o dinamômetro, questionar como a mola distenderia na Lua ou em Júpiter. Pareceu-me que quando mostrei molas esticando para justificar a existência de forças, houve a aceitação da existência de forças atuando em um objeto em repouso.

Gustavo Andrade


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