O Papel do Experimento em Sala de Aula

        Quando assumi a regência de classe, já fazia parte de meus planos de aula a realização de uma atividade experimental com os alunos. Mais especificamente agora que o assunto abordado está sendo lançamento de projéteis, torna-se realmente claro que este não é um assunto que os alunos entendem com facilidade; logo, a realização de um experimento simples contribui ricamente para que os mesmos possam entender, por exemplo, as relações que a altura e o alcance de um projétil têm com o ângulo de lançamento.

        Daqui do instituto, levei quatro kits contendo rampas de lançamento, planos inclinados, esferas metálicas e transferidores para montar, na própria sala de aula, um pseudolaboratório. Foi a primeira vez que os alunos fizeram uma atividade de caráter experimental em Física. Apesar da sala de aula não ser o lugar mais apropriado (falta de bancadas, os planos inclinados foram posicionados sobre classes que balançavam, por exemplo) os alunos puderam fazer boas medidas e relacioná-las com os valores calculados teoricamente e, desta forma, puderam perceber mais facilmente as relações existentes entre o ângulo de lançamento, altura e alcance máximo.

        Esta atividade foi muito bem aceita entre a turma, percebi que aqueles alunos, que durante uma aula normal de quadro e giz não se mostravam muito interessados, participaram ativamente da experiência, praticamente liderando o grupo durante as medidas. Alpesar das mesas balançando, medidas com régua, etc., alguns alunos conseguiram excelentes resultados; as próprias condições inadequadas contribuíram para que eles pensassem melhor sobre o que estavam fazendo e tentassem melhorar as condições do experimento e as fontes de erro. Mas o mais importante é que eles tenham vivenciado algo novo. Fazer uma atividade experimental, por mais simples que seja, traz uma renovação, consegue despertar o mais pacato dos alunos e o faz enxergar a Física por um prisma diferente, que pode até mesmo ser lúdico, mas também muito instrutivo. Além disso, creio que atividades experimentais não são apenas formas construtivistas de ensinar, elas fazem parte de toda uma educação científica que os alunos, como cidadãos, devem possuir. E nós, educadores, devemos lhes oportunizar.

Elisandra Souza de Oliveira


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