Informar e Envolver os Pais

        Percebemos que com o decorrer do século XX, houve uma grande participação dos pais nas escolas. Não que não houvesse uma participação antes, mas somente pais abastados participavam mais da vida escolar dos filhos e das escolas. As escolas mais ricas eram as melhores e havia um investimento por parte dos pais, pois além da qualidade o renome da escola também era muito importante. Porém nos últimos tempos pais mais humildes também vem participando das atividades de seus filhos.

        Ainda hoje, quando se tem melhores condições financeiras pode-se exigir mais dos professores, que podem cair em uma armadilha escolar. Pais mais escolarizados tornam-se exigentes demais deixando os professores humilhados ou magoados.

        Segundo Perrenoud, informar e envolver os pais é mais que uma palavra de ordem, é uma competência. Os professores devem ter cuidado quando o assunto é relacionamento com os pais.

        A primeira competência é não organizar reuniões gerais quando os pais tem, antes de tudo, preocupações particulares.

        Não sobrecarregar os pais de informações e explicações, não deixando espaço para o debate.

        Interpretar códigos, ou seja, saber quando os pais estão se referindo as seus filhos em uma reunião de assunto comum a todos.

        Quando houver uma necessidade de reunir-se com todos os pais, não fazer intrigas colocando um pai contra o outro.

        A comunicação não deve ter sentido único. Todos devem participar e respeitar a hora certa de falar o que pensa e opinar sobre todas as situações, mas sempre respeitando ao outro.

        "A competência dos professores consiste em aceitar os pais como eles são, em sua diversidade."

        Não tratar os pais como acusados, que só são chamados à escola quando algo de errado aconteceu. Má conduta, indisciplina ou atraso. Isto pode fazer com que os pais torne-se magoados ou ofendidos e assim agressivos.

        Não entrar no papel de professor acusado.

        "Deixar passar a tempestade é uma forma de competência!"

        "... não gastar toda a sua energia para se defender, para afastar o outro, mas, ao contrário, aceitar negociar, ouvir e compreender o que os pais tem a dizer sem abandonar suas convicções !"

        Não só envolver os pais em oficinas, excursões, espetáculos, etc. O caso é: como fazer para que os pais não criem obstáculos às aprendizagens escolares?

        "A coerência e a continuidade das pedagogias tranqüilizam os pais."

Maria Luciana de Oliveira


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