A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), discutido por longo período de tempo por nossos poderes legislativo e executivo, entraram em vigor no final da década de 90 provocando uma enorme revolução na maneira de se ver o ensino e ensinar. Isto aconteceu de maneira natural, sem que a nova legislação obrigasse, mas sutilmente, às vezes nem tanto, sugeria algumas formas como o ensino moderno deveria ser tratado.

        Dentre as várias sugestões daremos ênfase a uma, que especialmente nos interessa, onde a legislação considera que o ensino praticado pelos professores em determinada escola, cidade ou região não deve distanciar-se das vivências dos alunos daquela localidade. Tecnicamente, este tipo de prática, recebe o nome de Ensino Contextualizado.

        A contextualização do ensino, a meu ver, deve ser tratada com muito cuidado. Praticando um ensino inserido no mundo em que vive o aluno num primeiro momento pode parecer bom, já que os exemplos usados pelos professores fazem parte de seu cotidiano o que inegavelmente favorece à imaginação e compreensão daquilo que se quer ensinar. Entretanto, aprofundando um pouco mais a análise sobre o que estaremos fazendo, chegaremos à conclusão de que a capacidade dos nossos alunos de imaginação e raciocínio não deve ser subestimada. Entendo que uma das principais funções da educação é exatamente proporcionar ao estudante uma visão geral e global do mundo, mostrando a ele uma sociedade exatamente como ela é. Com a popularização dos canais abertos de televisão, os estudantes tomam contato com todo o tipo de mundo, não fazendo mais sentido os professores acharem que determinado fato ou exemplo não deve ser discutido, por não fazer parte da realidade de seus alunos.

        Com isso, espero que o modelo de ensino que defende a educação contextualizada seja aplicado com muito cuidado e não restrinja nossos alunos apenas ao seu universo, pois com certeza a expectativa deles é entender o universo; mas não só o deles, e sim o universo em que todos nós estamos inseridos.

Maicon Nachtigall