Trabalho em Grupos:

Cooperação X Competição

        A educação em grupos de trabalho tem sido fundamentada por várias escolas pedagógicas (Construtivistas, Montessouriana entre outras), mas sua prática tem estabelecido uma forma de trabalho em grupos, que levam a questões como: O que é mais efetivo? Cooperação ou competição entre estes grupos de trabalho pertencentes a uma sala de aula?

        A resposta a esta pergunta não é nem um pouco trivial, mas podemos fazer um estudo de caso para avaliar em que situações a cooperação é positiva e em que situações a competição é positiva.

        Quando trabalhamos no ofício de mestre em uma escola percebemos que as turmas, até mesmo da mesma série, em geral, têm características diferentes tanto no que tange os aspectos cognitivos, afetivos, participativos, etc, quanto os cooperativos, competitivos, etc. Alertados nestes itens, e outros, podemos planejar uma estratégia de trabalho a fim de obter como resultado uma aprendizagem significativa para os alunos submetidos neste processo.

        Sabemos que os adolescentes, e não somente eles, por natureza, tendem a cooperar quando surgem objetivos comuns, já que a coope-ração é o melhor caminho para alcançá-los. Por exemplo, quando os alunos arranjam mil desculpas para o adiamento de uma prova, estes o fazem de forma co-organizada, com argumentos quase irrefutáveis. Já a competição torna-se mais evidente em casos onde ocorrem divergências nos objetivos a serem alcançados ou quando o objetivo só pode ser alcançado por uma única pessoa naquele instante.

        Abaixo listaremos alguns apontamentos sobre cada método de trabalho em grupo:

- Cooperação

        A cooperação deve ocorrer, preferencialmente, quando há uma diferença muito grande na questão cognitiva (ou até mesmo de idade) dos alunos desta turma, fazendo com que os alunos mais "fracos" sejam auxiliados pelos alunos mais adiantados na disciplina. Mas temos que ter cuidados na aplicação do trabalho em grupo quanto:

· à divisão dos grupos - devemos fazer uma distribuição homogênea entre os alunos com dificuldades e os alunos que não apresentam dificuldades;

· aos objetivos - para evitar a cópia, em vez da cooperação entre os grupos, devemos ter objetivos internos bem claros em cada grupo e um objetivo geral no trabalho, fazendo com que um grupo dependa do outro para a efetivação do objetivo geral, formando assim um esqueleto constituído pelas partes de cada grupo;

· apresentação do trabalho - na apresentação do trabalho perceberemos o quanto cada aluno envolveu-se com o objetivo específico e com o objetivo geral proposto.

- Competição

        A competição deve ocorrer, preferencialmente, quando observamos um nivelamento entre os alunos da turma, o que é bastante difícil acontecer, e deve possibilitar chances iguais na conquista dos objetivos.

        A competição deve ocorrer sempre como um incentivo ao crescimento do grupo como um todo, tendo como objetivo principal a obtenção de características como organização, superação e até mesmo o "fracasso" como forma de aprendizado. Na aplicação do trabalho em grupo deve-se estar atento a alguns aspectos, como:

· o trabalho com objetivos claros - O trabalho tem de atrair o interesse de todos para que haja a motivação e a mobilização dos grupos.

· apresentação do trabalho - intervenção do professor no momento final do trabalho, para que a competição não prossiga após finalizados os objetivos.

        Os apontamentos acima mostram de forma sucinta alguns aspectos sobre o trabalho em grupo baseado em vivências nas escolas, tornando-se um recurso aos professores e abrindo um debate sobre os métodos de aprendizagem efetiva na escola de hoje.

Sandro Lima


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