Introdução
O caráter relativista
das leis da Física começou a ser reconhecido muito cedo na história da física
clássica. Antes de Galileu e de Newton, Nicolau Copérnico já havia mostrado
que o cálculo dos movimento dos planetas se tornaria muito mais simples e
preciso se o antigo modelo aristoteliano, Terra centro do universo, fosse
substituído por um modelo onde os planetas se moviam em torno do Sol. Isto foi
de grande importância para a aceitação, um século mais tarde, da teoria
heliocêntrica do movimento dos planetas. O que realmente interessa é que a teoria
não considerava a localização da Terra como especial ou privilegiada. Logo, as
leis da Física descobertas na Terra seriam as mesmas qualquer que fosse o ponto
tomado como centro. Esta invariância das equações que expressam as leis da
Física é conhecida como princípio da relatividade.
As noções de Newton acerca da separação completa entre
espaço e tempo e sua idéia de tempo como uma magnitude absoluta não resistem a
uma análise crítica. Certos experimentos cruciais, que culminaram com os
trabalhos de Michelson e Morley em 1881-1887, acabaram por desbancar as teorias
de Newton como descrição essencial da dinâmica. Conclusões deste experimento,
como veremos posteriormente, fizeram com que fosse necessária uma reestruturação
dos fundamentos da dinâmica.
A relatividade, uma teoria esteticamente atraente, trata
da natureza do espaço e do tempo. Ela tem resistido a cada um dos testes
experimentais a que tem sido submetida nas últimas nove décadas. Sua posição, nos
dias de hoje, é tal que a apresentação de um resultado experimental que seja
inconsistente com a relatividade levará os físicos a concluírem que existe algo
errado com a experiência.
Portanto, é necessário tenhamos cuidado ao analisar a
teoria da relatividade. Pois a dificuldade não é a complexidade matemática, que
mantém seu formalismo como em qualquer outra teoria, mas sim o fato de a
relatividade nos obrigar a reexaminar, de uma maneira crítica e rigorosa,
nossas noções de espaço e tempo.
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