Explorando o Lançador de Mola

        Uma das grandes dificuldades que os alunos possuem é entender a superposição de movimentos e a independência que estes movimentos possuem entre si. Quando iniciei o assunto Lançamento Horizontal com os alunos secundaristas de primeiro ano, eles já haviam visto soma de vetores e também o exemplo clássico do barquinho no rio. Obviamente isto não foi suficiente para eles associarem a independência de movimentos no lançamento de uma esfera, por isso, usei como demonstração em sala da aula o lançador de mola para iniciar este assunto.

        Comecei indagando os alunos sobre o que aconteceria com as esferas (no lançador uma é lançada e a outra é deixada cair simultaneamente). Na primeira vez que perguntei, a maioria achou que as esferas não chegariam juntas pois, a que foi lançada, teria mais força e chegaria primeiro. Logo depois, alguns foram desconfiando e mudando as suas respostas sem, no entanto, ter argumentos para isso. Então, fiz a demonstração mostrando que realmente as esferas chegam juntas ao solo, mas ainda ficou a pergunta: Por quê? Continuei a indagar até que um aluno chegou a seguinte conclusão:

        " As bolinhas chegam juntas porque a bolinha que é lançada tem uma velocidade inicial, que a que é deixada cair não tem, o que compensa o trajeto maior que ela irá percorrer".

        Embora o aluno ainda não tenha conseguido enxergar a independência que o movimento na vertical (que é o mesmo para as duas esferas) tem do movimento horizontal, o mais importante em se utilizar uma demonstração, é que os alunos têm a oportunidade de visualizar o que estamos explicando e tentar pensar em argumentos que expliquem o que estão vendo. Mesmo que não cheguem a respostas totalmente corretas, a oportunidade de refletir e pensar sobre determinada questão é um grande passo para que eles entendam princípios físicos e assimilem estes conhecimentos como um aprendizado realmente eficaz.

Elisandra Souza de Oliveira


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