Na Cadeira de Prática de Ensino ministrada pela prof. Maria Helena Steffani surgiu a proposta de discutirmos o livro de Phillipe Perrenoud. A discução foi proposta da seguinte forma: Cada aluno da disciplina ficaria responsável pela leitura, interpretação e apresentação para o restante do grupo de um capítulo do livro "Dez nova competências para ensinar". Tendo eu ficado com a introdução do livro, cabe a mim dar uma visão mais panorâmica do trabalho (discussões) e da obra em si.

        O trabalho de Perrenoud, descrito no livro, lembrou-me bastante alguns trabalhos que são desenvolvidos em nível de Brasil. A meu ver podemos encontrar elos entre o que Perrenoud desenvolve na Europa e o que, por exemplo, é desenvolvido nacionalmente pelo Prof. Menezes. O que vi nesses trabalhos foi uma tentativa de deli-near diretrizes importantes que possam ser seguidas por um plano de ensino. Trata-se de uma "comitiva" que procura selecionar propostas, iniciativas e habilidades que os profissionais, ou as estruturas envolvidas no processo de ensino, devem apresentar. E é de um dos trabalhos desta "comitiva", da qual Perrenoud faz parte e que foi desenvolvido em Genebra, que surgiu o livro.

        O livro chama atenção basicamente para um grande tema: " Competências e Habilidades Profissionais para ensinar ". O interessante é nos perguntarmos por que não Capacitação para Ensinar, ou Qualificação para ensinar ou ainda Especialização para ensinar , já que é isso que hoje desespera a maioria dos profissionais da área de ensino como forma ou necessidade para "manter seus empregos". Penso que Perrenoud escolheu as palavras certas, pois provavelmente essa necessidade desenfreada de diplomas e pós graduações que surge com tanta força veio justamente para esconder ou camuflar a imcompetência de muitos.

        Competência não acompanha diploma. É difícil entender como a palavra "competência" que está tão fortemente ligada à educação tenha demorado tanto para vir à tona. Competência e educação são parecidíssimas. Educação não se aprende na escola e competência não acompanha diploma. Mas ambas educação e competência podem fazer uso da escola e de diplomas para serem desenvolvidas. Quero com tudo isso deixar claro que não penso que educação e competência são posturas que as pessoas simplesmente tem ou não tem. As duas devem ser desenvolvidas.

Diego Boschetti