Instituto de Educação General Flôres da Cunha

        Fundado em 1869 (11 anos antes do nascimento de seu patrono Flôres da Cunha), no dia cinco de abril, sua direção foi entregue ao Padre Joaquim Cacique de Barros. Neste momento, recebeu o nome de Escola Normal da Província de São Pedro.

        Recebeu alguns outros nomes tais como Colégio Distrital, Escola Complementar, Escola Normal de Porto Alegre e finalmente Instituto de Educação General Flôres da Cunha.
        Durante 60 anos foi a única escola formadora de professores.

        Sua biblioteca foi fundada em 1936 com o nome de Biblioteca "Clemente Pinto" e um acervo inicial de 444 obras.

        Em março de 1937, ao ser transferido para o novo edifício à Avenida Oswaldo Aranha, tomou o nome de Escola Normal "General Flôres da Cunha". Situada nas proximidades do Parque Farroupilha com seu estilo antigo, hoje o IEGFC representa não só um marco para a sociedade porto-alegrense como também para o turismo local.

        Nova fase teve início em 1939, quando um decreto, datado de nove de janeiro, transformou a Escola Normal em Instituto de Educação, introduzindo, ao mesmo tempo, profundas modificações em sua organização, que passou a contar com: Jardim de Infância, Escola Experimental, Escola Secundária e Escola de Professores.

        Em 1947 foi fundada a creche "Dr. Décio Martins Costa" com a finalidade de atender filhos de professoras e alunas da casa, durante o horário escolar. No ano seguinte foi instalado o Gabinete de Psicologia e, em 1949, foi criado o Serviço de Orientação Educacional que, cinco anos depois, passaria a funcionar com base num Conselho de Orientação Educacional presidido pela direção da época.

        No ano de 1955 houve uma profunda reforma do Ensino Normal no Rio Grande do Sul, dando ao IE a seguinte estrutura: Escola Maternal, Jardim de Infância, Curso Primário, Curso Ginasial, Curso Normal do II ciclo, Departamento de Estudos Especializados. Neste mesmo ano ficou estabelecido um estágio de prática profissional com duração de seis meses.

        Devido a visão e ação pioneira da Professora Odila de Barros Xavier, em 1956, foi instalado o Laboratório de Matemática. No mesmo ano surge o Teatro Infantil Permanente do IE.

        Como homenagem póstuma ao General Flôres da Cunha, o Governo do Estado, por meio de um decreto em 5/11/1959, deu ao Instituto de Educação de Porto Alegre o nome de: Instituto de Educação "General Flôres da Cunha".

        Mas, quem era o General Flôres da Cunha ?

        Seu patrono, José Antônio Flôres da Cunha, nasceu no dia 5 de março de 1880 em Santana do Livramento tendo como pais, Miguel Luís da Cunha e Evarista Corrêa de Mello Flôres.

        Cursou o primário no Colégio Professor Chaves em Livramento e em 1897 terminou o curso secundário em PA. Também em PA, cursou o 1º ano da Escola de Engenharia Civil. Em 1898 parte para SP e assim ingressa na Faculdade de Direito. Em 1902 forma-se advogado pela Faculdade Nacional, agora no RJ e mais precisamente no dia 23/12/1902.

        Ainda no RJ, foi nomeado Delegado de Polícia do Distrito Federal indicado pelo Senador Pinheiro Machado.

        Em 1908 foi eleito Dep. Estadual renunciando no ano seguinte a fim de assumir a função de Delegado Auxiliar da Chefia de Polícia da Capital Federal.

        Eleito Deputado pelo estado do Ceará em 1912. Retorna ao RS em 1916 após o assassinato de seu amigo Senador Pinheiro Machado.

        Borges de Medeiros o nomeia Presidente do Estado e Intendente Provisório em 1917.

        A Revolução Federalista em 1923 faz com que Flôres da Cunha organize a defesa de sua cidade cercada pelos revolucionários chefiados pelo General Honório Lemos. Comandou as tropas do Governo do Estado de 1924 à 1926, sendo elevado ao posto General de Brigada Honorário do Exército Nacional.

        Ajudou a organizar o Movimento Revolucionário de 1930 e nomeado Senador pelo Estado um ano antes. Esta revolução iniciou às 5 horas da tarde no dia 3 de outubro, com o assalto ao Quartel General da 3ª Região Militar em PA. Com a posterior vitória, foi nomeado Interventor Federal do RS.

        Em 15/04/1935 elege-se Governador do Estado. Foi exatamente nesta época que foi construído o atual prédio do IE. Renuncia ao governo do Estado por não concordar com a ditadura de Vargas ( Estado Novo).

        Exilou-se por cinco anos na República do Uruguai retornando em 1942.

        Reingressa na política sendo eleito Deputado Federal em 1945 e reeleito mais duas vezes, em 1949 e 1954 sendo que nestes dois últimos períodos exerceu a primeira vice- presidência da Câmara dos Deputados.

        Falece em 4/11/1959.

        No ano de seu centenário (1969) a população escolar era de 3611 alunos, contando com um corpo docente de 360 professores e 125 funcionários.

        A inauguração da Sala de Línguas "Dolores Alcaraz Caldas" com uma Secção de Língua Portuguesa e uma de Língua Estrangeira ocorreu um ano após o centenário.

Águeda Maria Turatti e Maria Luciana de Oliveira


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        Seguem abaixo os Hinos do Instituto de Educação:

Hino do Centenário
Letra de Maria Schannes do Valle
Música do maestro Alfredo Hülsberg

I
Abrindo a alma e os braços centenários
Ó Instituto, avanças triunfal
E apresentas tesouros milenários,
Do saber e da cultura universal.
Estribilho
Salve! Salve! Salve! Escola secular!
Aqui está presente
Cantando tuas glórias mil
A alma florescente
E vibrante do Brasil.

II
Altiva fronte, irradiando esperanças
És, tu, gigante, beleza e bondade.
Em tuas mãos, são lírios as crianças
Em tua alma, é roseiral a mocidade.

III
Preserve Deus teus louros, ó gigante,
Vibrando em tua voz a ensinar.
Feliz, encontre o mestre e o estudante,
A luz do amor, em teus lábios, a cantar.

Hino da Escola Complementar
Música de Murilo Furtado
Letra de Henrique de Casaes

I
Sejam sons de triunfo estes hinos
Ao trabalho que bênçãos conduz.
Cantem mestres, celebrem meninos
Este templo do amor e da luz.
Do que valem guerreiros alarmas
E vitórias que sangue contêm ?
O progresso e a paz suas armas
Da oficina da escola provêm.

Estribilho
Onde o mestre acha paz e agasalho,
Onde a escola floresce e é feliz,
Há ciência, há virtude, há trabalho,
E o progresso ilumina o país.

II
Do bom mestre a palavra divina
Ensinando a pensar e a sentir
Vivifica, transforma e ilumina,
Abre a estrada que leva ao porvir.
Aqui dentro, estejamos seguros,
Frutifica a semente do bem.
É colmeia dos mestres futuros,
É da infância colmeia também.

III
Entre as jóias da Pátria adorada,
Sob um céu do mais límpido azul,
Não há jóia mais bela e sagrada
Que esta terra do pampa do sul.
Pelo orgulho sublime de amá-la,
De ser nossa, bem nossa, possuí-la,
Aprendendo busquemos honrá-la,
Ensinando busquemos servi-la.

Hino do Instituto de Educação


Letra das alunas do Curso Secundário de 1940
Música de Maria de Lourdes Rangel

Juntas cantemos a nossa marcha triunfal.
Eia! Marchemos a escalada do ideal.
Vibra nossa alma de entusiasmo juvenil,
Pela glória do Instituto,
Pela glória do Instituto
E a grandeza do Brasil!

Não recuar
Sempre avante para vencer.
O Instituto quer a Pátria engrandecer.
Este Brasil a quem todos pro-metemos
Que há de sempre se orgulhar
De ver longe, cá no sul,
O IE a rebrilhar.