Laboratório de Física da Escola Tecnológica Parobé

        Diferentemente dos outros laboratórios desta instituição o laboratório de física não está funcional, não são realizadas nele aulas com experimentos e ou demonstrações tão fortemente estimuladas pela legislação educacional em vigor. Até o início do ano as dependências do laboratório sequer tinham acesso aos serviços de limpeza, e muito menos à manutenção de equipamentos, instrumentos e acessórios. Estes estavam desmontados e misturados entre si; alguns enferrujavam expostos a chuva, pois haviam janelas abertas.

        No início do ano a professora Lisandra assumiu a organização e manutenção possível do laboratório e também a coordenadoria da disciplina. Ela encontrou o laboratório nas condições citadas, com as bancadas viradas uma sobre as outras e constatou que ele servia também de depósito de equipamentos de outros laboratórios. O seu trabalho no laboratório iniciou pela organização as bancadas e separação e catalogamento dos equipamentos e instrumentos, o que ainda está em fase de conclusão devido a dificuldade de identificação das diferentes peças integrantes dos diversos quites de experimentos. Os quites foram importados há algumas décadas principalmente da Alemanha e por isto a maioria dos manuais restantes estão escritos em alemão e alguns em inglês, o que dificulta ainda mais a identificação, separação e montagem destas peças.

        Embora o estado precário, encontra-se experimentos de todas as áreas da física, inclusive, pasmem, de física moderna como um equipamento de demonstração de efeito fotoelétrico utilizando lâmpadas de luz ultravioleta. Existem pelo menos uma dezena de quites de ótica em ótimo estado (talvez nunca foram utilizados), bobinas e núcleos de ferro para eletromagnetismo, um gerador de Van de Graaf grande e um pequeno, dilatômetro, vários dinamômetros(de unidade desconhecida não S.I.), etc ...

        Este laboratório nos detém uma atenção especial, pois planejamos utilizá-lo largamente na preparação e execução das nossas aulas, que têm uma ênfase em ser demonstrativa e interativa com os alunos. Eles terão a oportunidade de visualizar como a realidade reflete a teoria através dos experimentos corroborativos. Outra vantagem desta postura é o benefício de descontrair as aulas da disciplina considerada pelos alunos secundaristas, como uma das mais ¨chatas¨ e inúteis que eles são obrigados a cursar. Este tipo de pensamento provavelmente deve ser atribuído a um estilo clássico de ensino com economia de recursos didáticos, e a apresentação da Física como algo constituído puramente de abstração e desligado do nosso cotidiano. Em minha opinião é nosso dever mudar esta situação comodista pois viemos de uma formação privilegiada, que é fruto do trabalho dedicado dos nossos professores do Instituto de Física.

Alexsandro Stefenon


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