Seja bem-vindo - ou não!

        No último boletim discutimos, entre outras questões, sobre a formação docente, e agora, após contatos com as escolas e o início das observações, começo a refletir sobre a parte prática da formação docente e, consequentemente, da importância da disciplina de prática de ensino das instituições superiores de formação de professores nas escolas da rede de ensino.

        Nas páginas seguintes veremos textos que falarão da Escola Técnica Parobé, Instituto de Educação, Rainha do Brasil e Paula Soares e, acreditem ou não, passei pela maioria delas, até estabelecer-me na escola onde estou.

        Portanto, vou falar um pouco sobre a recepção que estas escolas têm para com os alunos de prática de ensino porque acredito que a forma como as escolas recepcionam os futuros professores demonstra o interesse que têm no futuro da educação, uma vez que serão estes alunos de agora os professores que poderão fazer parte do quadro destas escolas.

        Na primeira escola em que estive, o Instituto de Educação General Flores da Cunha, tradicional na formação de professores de magistério no RS, instituição preocupada com a educação, a impressão que tive era a de que não éramos – eu não era a única estagiária – bem-vindas na escola, dado o descaso, os "chás de banco" e as informações contraditórias oferecidas pela escola. Um exemplo disto foi o fato de não termos sido informadas que haveria um desfile na escola referente ao 7 de setembro e, portanto, não haveria aula e não precisávamos ir à escola num sábado pela manhã. E nós, não informadas, fomos até a escola e nem o professor responsável por nossas turmas estava presente.

        Para o professor mostrar os laboratórios de física da escola foi preciso que a professora Maria Helena, responsável pela prática de ensino, fosse até a escola.

        Já na segunda escola, Rainha do Brasil, apesar do pouco contato que tive, a escola mostrou-se bem acolhedora na minha recepção e organizada quanto às orientações referente à prática de ensino. Não houve "chá de banco" ou informações contraditórias.

        A terceira e última instituição foi a Escola Técnica Parobé, onde, se não tivermos que passar pelo setor pedagógico (o SSE) – que mostra-se um tanto relapso na recepção dos estagiários, conseguimos uma excelente recepção e colaboração da pessoa responsável pelo ensino de física.

        Na escola Paula Soares, não tive oportunidade de vivenciar a acolhida da escola aos estagiários porém, através da fala do colega Gustavo, pude perceber que há uma grande organização e respeito pela atividade de prática de ensino.

        A formação acadêmica do professor de física é essencial, entretanto, insuficiente, se não houver a prática.

        Receber o estagiário e colaborar com seu trabalho não é, portanto, um favor, mas um dever de todas as instituições de ensino.

Agradecimentos: Às professoras Nina Rosa, Luciana e Lisandra das escolas Instituto de Educação, Rainha do Brasil e Parobé, respectivamente.

Você sabia que:

        Aos alunos formados era assegurada a inscrição nos cursos superiores mantidos e em outras seções da escola de Engenharia sem a necessidade de prestar vestibular;
        Em 1920 a escola instituiu o primeiro curso profissionalizante voltado para a educação feminina que contava com aulas de culinária, corte e costura, bordado e jarinagem;
        Em 1932, o Instituto Parobé estava incluído nos 11 institutos da escola de Engenharia, fazendo parte da Universidade de Porto Alegre;
        A escola conta com cursos de extensão oferecidos à comunidade que são: Centro de línguas (francês), clube da Maior Idade Parobé, Rádio Amadores e Grupo de Escoteiros Parobé.

Katemari Rosa


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