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Os jacarandás da praça da Alfândega


Será que foram esses aspectos do Instituto, tão parecidos com as Universidades argentinas e uruguaias os que atraíram tantos “castelhanos” para aqui? Ou será simplesmente que eles não podiam ficar no seu país? Ou ainda que os salários pagos fossem bem melhores aqui dos que se podia receber em outros países da América Latina? Ou talvez o fato de termos sido tão bem recebidos, integrados desde o
primeiro dia, aceitos por alunos que se dispunham com muita paciência a entender nosso portunhol, (ou às vezes simplesmente o mais puro espanhol), para acompanhar nossas aulas? Provavelmente trata-se de toda uma soma desses fatores, e de alguns mais que não lembro agora, ou que fogem do mundo acadêmico. O que sim é verdade é que paradoxalmente os anos 70 foram anos bons para a integração porque foram anos muito ruins para a democracia e para os direitos humanos. Brasil tinha um governo militar desde 1964, Uruguai e Chile desde 73, e, sobre a base desse savoir faire, os militares argentinos iniciaram em 1976 um dos períodos mais sangrentos da história da Argentina e da América Latina (ainda que o terror e a emigração tivessem começado já após a morte de Perón em 1974).

Será porque realmente não somos tão diferentes, porque a única diferença entre o “el gaucho” e o “gaúcho” é o acento? Porque temos o gosto comum pelo chimarrão e pela carne (deixando de lado os corações de galinha), porque o Alfredo Le Pera, companheiro e letrista de Gardel era brasileiro, e Malena, homenageada no tango de Homero Manzi por “cantar el tango como ninguna”, era uma cantante porto alegrense. Porque o lugar preferido de férias dos gaúchos é Buenos Aires, ou Punta del Este, e de gaúchos e argentinos reunidos é Santa Catarina.

Talvez tudo isso e alguma coisa a mais. Os jacarandás, os ipês, a feira do livro, o pampa. Em todo caso, depois de ter vivido por aqui mais de trinta destes cinquenta anos de Instituto de Física, só posso dizer que me sinto em casa, e acho que essa é a melhor forma de dizer obrigado.


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