Plutâo foi descoberto em 1930 por Clyde William Tombaugh (1906-1997), e classificado até agosto de 2006 como o nono planeta do sistema solar. Desde entâo a Uniáo Astronômica Internacional reclaficou Plutâo como planeta anão, constituindo uma nova categoria de corpos do sistema solar, na qual tambêm foram encaixados Ceres, o maior objeto do cinturão de asteroides entre as órbitas de Marte e úpiter, e Éris (2003UB313) o maior objeto do cinturão de Kuiper. Mais informações sobre asteroides serão dadas na aula sobre corpos menores do sistema solar.
Os nomes dos planetas são associados a deuses romanos: Júpiter, deus dos deuses; Marte, deus da guerra; Mercúrio, mensageiro dos deuses; Vênus, deusa do amor e da beleza; Saturno, pai de Júpiter, deus da agricultura; Urano, deus do céu e das estrelas, Netuno, deus do Mar e Plutão, deus do inferno.
Uma frase para lembrar a ordem é:
Meu E R C Ú R I O |
Velho Ê N U S |
Tio E R R A |
Me A R T E |
Jurou U P I T E R |
Ser A T U R N O |
Um R A N O |
Netuniano E T U N O |
O corpo dominante é o Sol, que tem 99,85% da massa do sistema. Em comparação com a Terra, o Sol é 34000 vezes mais massivo e 1 milhão de vezes maior em volume. A tabela abaixo apresenta uma animação dos tamanhos relativos dos planetas e do Sol (coluna da esquerda) e as massas relativas dos diversos componentes do sistema solar.
Componente | Massa | |
---|---|---|
Sol | 99,85% | |
Júpiter | 0,10% | |
Saturno | 0,03% | |
Urano | 0,004% | |
Netuno | 0,005% | |
Terra | 0,0003% | |
Vênus | 0,0002% | |
Marte e Mercúrio | 0,00005% | |
Cometas | 0,01% (?) | |
Satélites e anéis | 0,000 05% | |
Asteróides | 0,000 000 2% | |
Meteoróides e poeira | 0,000 000 1% (?) |
As observações modernas indicam que muitas nuvens de gás interestelar estão no processo de colapsar em estrelas, e os argumentos físicos que predizem o achatamento e o aumento da taxa de spin estão corretos. A contribuição moderna à hipótese nebular diz respeito principalmente a como os planetas se formaram a partir do gás no disco, e foi desenvolvida nos anos 1940 pelo físico alemão Carl Friedrich Freiherr von Weizäcker (1912-2007). Após o colapso da nuvem, ela começou a esfriar; apenas o Protossol, no centro, manteve sua temperatura. O resfriamento acarretou a condensação rápida do material, o que deu origem aos planetesimais, agregados de material com tamanhos da ordem de quilômetros de diâmetro, cuja composição dependia da distância ao Sol: regiões mais externas tinham temperaturas mais baixa, e mesmo os materiais voláteis tinham condições de se condensar, ao passo que nas regiões mais internas e quentes, as substâncias voláteis foram perdidas. Os planetesimais a seguir cresceram por acreção de material para dar origem a objetos maiores, os núcleos planetários. Na parte externa do sistema solar, onde o material condensado da nebulosa continha silicatos e gelos, esses núcleos cresceram até atingiram massas da ordem de 10 vezes a massa da Terra, ficando tão grandes a ponto de poderem atrair o gás a seu redor, e então cresceram mais ainda por acreção de grande quantidade de hidrogênio e hélio da nebulosa solar. Deram origem assim aos planetas jovianos. Na parte interna, onde apenas os silicatos estavam presentes, os núcleos planetários não puderam crescer muito, dando origem aos planetas terrestres.
Mercúrio | Vênus | Terra | Marte | Júpiter | Saturno | Urano | Netuno | Plutâo; | |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Diâmetro Equatorial (km) | 4878 | 12100 | 12756 | 6786 | 142984 | 120536 | 51108 | 49538 | 2228 |
Massa (MTerra) | 0,055 | 0,815 | 1 | 0,107 | 317,9 | 95,2 | 14,6 | 17,2 | 0,002 |
Distância média ao Sol (UA) | 0,387 | 0,723 | 1 | 1,524 | 5,203 | 9,539 | 19,18 | 30,06 | 39,44 |
Distância média ao Sol (106km) | 57,9 | 108,2 | 149,6 | 227,9 | 778,4 | 1423,6 | 2867 | 4488 | 5909 |
Excentricidade da Órbita | 0,206 | 0,0068 | 0,0167 | 0,093 | 0,048 | 0,056 | 0,046 | 0,010 | 0,248 |
PerÃodo de Revolução (d=dias, a=anos) | 87,9d | 224,7d | 365,25d | 686,98d | 11,86a | 29,46a | 84,04a | 164,8a | 247,7a |
PerÃodo de Rotação (d=dias, h=hora) | 58,6d | -243d | 23h56m | 24h37m | 9h48m | 10h12m | -17h54m | 19h6m | 6d9h |
Inclinação do eixo em relação ao eixo da eclíptica | 0,1° | 177° | 23° 27' | 25° 59' | 3° 05' | 27° 44' | 98° | 30° | 120° |
Inclinação da Órbita em Relação eclÃptica | 7° | 3,4° | 0° | 1,9° | 1,3° | 2,5° | 0,8° | 1,8° | 17,2° |
Massa (kg) | 3,30×1023 | 4,87×1024 | 5,97×1024 | 6,42×1023 | 1,90×1027 | 5,69×1026 | 8,70×1025 | 1,03×1026 | 1,3×1022 |
Densidade (g/cm3) | 5,4 | 5,2 | 5,5 | 3,9 | 1,3 | 0,7 | 1,3 | 1,6 | 2,0 |
Achatamento | 0 | 0 | 0,003 | 0,005 | 0,06 | 0,1 | 0,03 | 0,02 | - |
Temperatura (C) (S=Sólido, n=nuvens) | 407(S)dia -183(S)noite | -43(n) 470(S) | 22(S) | -23(S) | -150(n) | -180(n) | -210(n) | -220(n) | -218(S) |
Principais Componentes Atmosfera | traços de Na,He,H,O | 98%CO2, 3,5%N | 78%N2, 21%O2 | 95%CO2, 3%N | 90%H, 10%He | 97%H, 3%He | 83%H, 15%He,CH4 | 74%H, 25%He,CH4 | CH,N,CO |
Gravidade Superficial em relação à Terra (gTerra) | 0,37 | 0,88 | 1 | 0,38 | 2,64 | 1,15 | 1,17 | 1,18 | 0,11 |
No. de Satélites Conhecidos | 0 | 0 | 1 | 2 | 65 | 62 | 27 | 13 | 4 |
Velocidade de Escape (km/s) | 4,3 | 10,4 | 11,2 | 5,0 | 60 | 35,4 | 21 | 24 | 1,21 |
Existem dois tipos básicos de planetas, os terrestres, que são do tipo da Terra, e os jovianos, que são do tipo de Júpiter. Os planetas terrestres compreendem os quatro planetas mais próximos do Sol: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.
Os jovianos compreendem os quatro planetas mais distantes, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
Como se determinam essas características:
Massa: determinada a partir da terceira lei de Kepler, se o planeta tem satélites. Se não tem, é determinada a partir de perturbações causadas nas órbitas de outros planetas ou de satélites artificiais que são enviados até estes planetas.
Distância ao Sol: determinada a partir da paralaxe geocêntrica do planeta, ou, mais modernamente, por medidas de radar.
Raio: Determinado a partir do raio angular, uma vez conhecida a distância.
Composição química:
pode ser estimada a partir da densidade média (massa/volume) do planeta,
e pelo espectro da luz refletida pelo planeta.
Outras propriedades importantes dos planetas são:
Rotação: detectada a partir da observação de aspectos da superfície do planeta, por medidas de efeito Doppler (quando o planeta gira, as duas bordas apresentam velocidades em relação à Terra com sentidos opostos, de maneira que a a radiação que vem de uma borda apresenta desvio para comprimentos de onda menores enquanto a radiação que vem da outra borda apresenta desvios para comprimentos de onda maiores), ou por medidas da taxa de rotaçã do campo magnético.
Temperatura: como os planetas obtém a maior parte de sua energia da luz solar, suas temperaturas dependem basicamente de sua distância ao Sol. Existe uma relação simples entre a temperatura característica, ou temperatura efetiva (Tef) de um planeta e sua distância ao Sol (a):
Assim, sabendo a temperatura efetiva da Terra (260 K, na ausência de atmosfera), podemos estimar a temperatura efetiva dos outros planetas simplesmente dividindo 260 pela raiz quadrada de sua distância ao Sol em unidades astronômicas.Reflectividade: parte da energia solar incidente sobre o planeta é refletida, e parte é absorvida. A fração da energia solar total incidente que é refletida chama-se albedo (A).
|
O resto da energia (1-A), é absorvida e re-emitida em forma da radiação infra-vermelha.
Para conhecer a estrutura interna dos planetas é necessário saber de que forma certos parâmetros físicos, como pressão, temperatura e densidade, variam com o raio. Como um exemplo, a densidade média (massa/volume) da Terra é 5,5 g/cm3 e a densidade das rochas (silicatos) na superfície é de 2,6 g/cm3. Logo a Terra deve ter uma estrutura interna diferenciada.
Camada | Espessura (km) | Densidade (g/cm3) |
---|---|---|
Crosta | 35 | 2,5 - 2,6 |
Crosta oceânica | 5 - 12 | 3,0 - 3,5 |
Manto | 2885 | 4,5 - 10 |
Núcleo externo (lÃquido) | 2270 | 10,7 - 11 |
Núcleo interno (sólido)) | 1216 | 13,5 |
A distribuição de massa pode ser obtida através do momento de inércia I em torno do eixo de rotação (L=Iω):
O fator K caracteriza a distribuição interna de matéria. Se a densidade for homogênea, K = 0,4; se a densidade for maior nas partes centrais K < 0,4, e vice-versa. Os planetas jovianos também se distinguem dos planetas terrestres por possuírem valores menores de K. A partir de estudos do momento de inércia se sabe que os núcleo dos planetas jovianos é mais denso e, portanto, menor, e também que Júpiter e Saturno não podem ter superfície sólida de tamanho significativo, isto é, só pode ter um núcleo sólido pequeno.
A estrutura interna de um planeta pode ser bem conhecida se for possível medir a transmissão de ondas sísmicas nele. Essas ondas podem ser produzidas por terremotos naturais ou por impactos artificiais. Até o momento, somente a estrutura da Terra e da Lua foram investigadas usando esta técnica, o que mostrou claramente a existência de um núcleo metálico na Terra e a ausência de núcleo metálico na Lua.
Ano caso de planetas jovianos, a estrutura interna pode ser conhecida por mapeamento do campo gravitacional estudando a órbita de uma sonda espacial quando passa pelo planeta, ou aplicando o formalismo
hidrostático,
que parte do princÃpio que,
se
o planeta não está nem se expandindo nem se contraindo, ele tem que
obedecer à equação de equilíbrio hidrostático, isto é,
em cada ponto, o peso as camadas superiores
é balanceado pela força
de pressão das camadas inferiores:
nde ρ é a densidade, r é a distância ao centro e M é a massa interna a um raio r. O sinal (-) indica que a pressão aumenta à medida que o raio diminui.
Considerando que a pressão na superfície
é muito menor que a pressão no centro,
podemos integrar a equação
de equilíbrio hidrostático
do centro (r=0, P=Pc) até
a superfície (r=R, P=Ps<<Pc)
a pressão central é dada por:
A pressão a uma distância r
do centro do planeta fica:
O formalismo hidrostático é mais aplicável aos planetas jovianos, que são gasosos. No caso dos planetas terrestres, que têm crosta sólida, ele só se aplica às camadas mais profundas. De um modo geral, os planetas terrestres têm uma atmosfera gasosa, uma superfície sólida bem definida e um interior na maior parte sólido (embora a Terra tenha um núcleo externo líquido). Os planetas jovianos têm uma atmosfera gasosa, nenhuma superfície sólida, e um interior líquido na maior parte. As estruturas internas dos planetas jovianos e terrestres podem ser esquematizadas nas figuras abaixo.
As observações da espaçonave Galileo impuseram limites às massas dos núcleos de Júpiter, entre 0 e 10 massas terrestres, e de Saturno, entre 6 e 17 massas terrestres (Günther Wuchterl, Tristan Guillot, & Jack J. Lissauer. 2000, Protostars and Planets IV, 1081).
As superfícies planetárias podem ser conhecidas de forma preliminar a partir do albedo, se o planeta não tem atmosfera espessa. Em planetas com atmosfera espessa, como os planetas jovianos e Vênus, o albedo não se refere à superfície. Júpiter, Saturno e Netuno emitem quantidade significativa de energia própria, às custas de seus calores residuais de contração. A convecção necessária para o transporte desta energia é que causa as grandes manchas (tornados) nestes planetas.
As superfícies da Lua e de Mercúrio são parecidas, com grande número
de crateras e grandes regiões baixas e planas.
Marte apresenta
uma superfície com montanhas, vales e canais.
A superfície de Vênus não é visível devido às densas nuvens de ácido sulfúrico que cobrem o planeta, mas estudos em rádio (radar) revelam que essa superfície é composta principalmente de terrenos baixos e relativamente planos, mas também apresenta planaltos e montanhas.
Os principais processos que determinam alterações na crosta posteriormente
à sua formação, e portanto determinam o rejuvenescimento da crosta,
são: atividade geológica, erosão e cratereamento.
A atividade geológica, compreendendo vulcanismo e atividade tectônica, depende da quantidade de calor interno no planeta. A atividade geológica é decrescente para Terra, Vênus e Marte.
A Terra, com cerca de 4,5 bilhões de anos, é um pouco mais jovem do que o Sol, com cerca de 5 bilhões de anos. Na Terra, tanto a presença de vulcões ativos quanto o movimento das placas tectônicas contribuem para o renovamento da crosta. Em Marte existem grandes vulcões, e alguns deles podem ser ativos, mas não há evidência de tectonismo de placas.
Na Lua atualmente acontecem poucos sismos por anos (milhares, comparados com milhões na Terra), mas na época em que a Lua era jovem, há cerca de 4 ou 3 bilhões de anos atrás, houve um grande vazamento de lava à superfície, que posteriormente se solidificou formando os mares (marias) lunares (regiões escuras, aparentemente baixa e planas, e que contêm muitas crateras). A Lua tem crosta assimétrica, sendo mais delgada (60 Km) no lado voltado para a Terra, e mais espessa (150 Km) no lado oposto. O número de mares é maior no lado em que a crosta é delgada.
Vênus aparentemente é menos ativo do que a Terra, mas parece ter
mais atividade geológica persistente do que Marte. Isso indica que
Vênus teria retido
mais do seu calor residual do que Marte, o que está de acordo com o fato
de Vênus ser maior do que Marte.
Também acontece atividade geológica em Io, o satélite de Júpiter
mais próximo do planeta. Io apresenta um alto nível de atividade
vulcânica.
Ariel e Titânia, satélites
de Urano, também apresentam sinais de atividade catastrófica
recente.
A erosão pode ser resultado da ação da atmosfera ou da hidrosfera. Não existe erosão nem em Mercúrio e nem na Lua. Na Terra existe erosão, como é evidenciado pela existência de rochas sedimentares. Mas o planeta em que a erosão é mais importante é Marte, devido às frequentes tempestades de poeira que assolam sua superfície.
As crateras aparecem em todos os planetas terrestres e em quase todos os satélites do Sistema Solar. Elas podem ter origem vulcânica ou de impacto. As crateras vulcânicas são em geral menores e mais fundas do que as de impacto. Na Terra, a maioria das crateras existentes são de origem vulcânica, uma vez que a atividade interna da Terra, assim como a erosão, apagaram grande parte dos efeitos de impactos ocorridos na época em que muitos corpos residuais do processo de formação povoavam o Sistema Solar. Mas na Lua, Mercúrio e Marte, as crateras de impacto são dominantes. As recentes observações com radar da superfície de Vênus mostraram que esse planeta também tem crateras, mas ainda não se sabe ao certo sua principal origem.
O número de crateras de impacto numa superfície nos permite estimar a sua idade, pois o número de crateras é proporcional ao tempo decorrido desde que a superfície foi exposta. Portanto, em um dado planeta, o terreno mais cratereado será sempre o mais antigo.
No impacto, a energia cinética
Para ter uma idéia do que isso representa, a energia associada a uma bomba atômica é de 20 Kton TNT, logo no impacto mencionado acima a energia liberada seria equivalente à de 30 milhões de bombas atômicas!
O tamanho da cratera gerada é proporcional à potência 1/3 da energia do impacto. Assim, sabendo que um impacto com energia de 1 Mton TNT abre uma cratera de 1 km de diâmetro, num impacto como o acima descrito a cratera aberta teria um diâmetro de 80 km.
A cratera de Chicxulub, no México, supostamente gerada no impacto que causou a
extinção dos dinossauros, há 65 milhões de anos, tem diâmetro de 200 km,
e acredita-se que o
asteróide que a provocou tinha um diâmetro de no mínimo 10 km.
A energia liberada nessa explosão foi equivalente a 5 bilhões de
bombas nucleares do tamanho da bomba de Hiroshima.
Cálculos atuais mostram que impactos grandes como esse, na Terra, ocorrem
numa taxa de 1 a cada 30 milhões de anos.
Possivelmente o continente primordial, Pangea, foi rompido a 225 milhões
de anos pela colisão de um grande asteróide.
Os gases presentes na atmosfera de um planeta depende dos constituintes químicos de que o planeta se formou, e da massa do planeta. Os planetas terrestres se formaram sem atmosferas extensas, e sua atmosfera atual não é primitiva, mas sim foi formada ao longo do tempo geológico a partir de gases escapados de seu interior. O impacto com cometas também contribui com alguns componentes dessa atmosfera secundária.
Já os planetas massivos têm um tipo de atmosfera totalmente diferente, dominada pelos gases mais leves e mais comuns, especialmente hidrogênio e hélio. Evidentemente esses planetas foram capazes de reter o gás presente no sistema solar na época de sua formação.
A retenção de atmosferas é um compromisso entre a energia cinética (ou temperatura) das moléculas do gás e a velocidade de escape do planeta (ou de sua massa): de maneira simplificada, um gás permanece preso a um planeta se a velocidade de suas moléculas é menor do que a velocidade de escape do planeta.
Sabe-se que para um gás ideal, a energia cinética média de suas moléculas é
onde k é a constante de Boltzmann (= 1,381 × 10-23 J/K), T é a temperatura absoluta do gás, m é a massa das moléculas do gás e sua velocidade média.
Portanto a velocidade média é é dada por expressão:
Essa expressão nos mostra que a velocidade média depende da temperatura do gás e da massa molecular do gás. A uma mesma temperatura, quanto mais pesado o gás, menor a velocidade média de suas moléculas.
Como as moléculas do gás têm uma distribuição Maxwelliana de velocidades, a probabilidade P(v) de que uma partícula tenha velocidade (v) é dada por:
Para calcular quantas partículas escapam, integramos
a distribuição de velocidades de Maxwell desde a velocidade
de escape até velocidade infinita.
Estes cálculos mostram que, para um planeta reter um certo gás por bilhões de anos, a velocidade média de suas moléculas deve ser menor do que 1/6 da velocidade de escape do planeta, pois isso garante que praticamente todas as partículas do gás tenham velocidade menor do que a velocidade de escape, já que:
Exemplo
A velocidade média das moléculas do oxigênio (O2), a uma
temperatura de 200 K (temperatura típica na atmosfera da da Terra),
é de 0,5 km/s, e a velocidade média das moléculas do hidrogênio (H2),
na mesma temperatura é de 2 km/s (Você pode verificar isso, sabendo que:
k = 1,38 x 10-23 J/K;
mH2 = 2 mp;
mp = 1,66 x 10-27 kg e
mO2 = 36 mp)
Como a velocidade de escape da Terra é
Terra é 11 km/s, que é mais do que 6 vezes maior do que a velocidade
média das moléculas de oxigênio, mas é menos do que 6 vezes
maior do que a velocidade média das moléculas do hidrogênio, a
atmosfera da Terra retém o oxigênio, mas não o hidrogênio.
Velocidade de Escape dos Planetas
Planeta | Velocidade |
---|---|
(km/s) | |
Mercúrio | 4,2 |
Vênus | 10,3 |
Terra | 11,2 |
Lua | 2,4 |
Marte | 5,0 |
Júpiter | 61 |
Saturno | 37 |
Urano | 22 |
Netuno | 25 |
A maioria dos planetas que têm atmosferas experimenta alguma elevação da temperatura de sua superfície devido ao efeito de acobertamento pela atmosfera, o chamado efeito estufa. O efeito estufa é maior para Vênus, que na realidade, tem uma temperatura superficial mais alta do que a de Mercúrio, embora esteja muito mais distante do Sol do que este.
Isso acontece por causa da grande quantidade de na atmosfera de Vênus. Como este gás é opaco à radiação infra-vermelha, quando a superfície do planeta absorve a luz solar e re-irradia parte dele como calor (radiação infra-vermelha), o dióxido de carbono na atmosfera impede que essa radiação escape para fora. Em consequência, a superfície aquece.
Na Terra, a quantidade de dióxido de carbono foi reduzida como consequência da existência de vida. Na ausência de vida provavelmente teríamos uma atmosfera mais massiva e dominada por .
Os organismos vivos contribuem para a diminuição desse gás na atmosfera de duas maneiras: uma é que as criaturas marinhas usam os carbonatos como principal constituinte de suas conchas e carapaças protetoras. Quando elas morrem, essas cascas afundam e se petrificam, até que eventualmente são ejetadas para a superfície nas explosões vulcânicas. Mas os organismos vivos rapidamente os reciclam novamente. A outra maneira como a vida remove o é pela produção de depósitos de combustíveis fósseis, predominantemente o carvão. O petróleo não é mais considerado, necessariamente, um combustÃvel fóssil (biogênico), pois pode ser um hidrocarboneto primordial (abiogênico), ao qual produtos biológicos foram adicionados.
Apesar de existir em pequena quantidade, o presente na atmosfera da Terra ainda é o principal fator da produção do efeito estufa na Terra, embora o vapor d'água e os CFCs também contribuem.
Estima-se que a temperatura média da Terra está atualmente C mais alta do que estava há um século. O nível do mar aumentou cerca de 15 a 20 cm neste século.
Características marcantes dos planetas
Questões de revisão 1 a 9 | 3.a lista de exercícios 15 a 20 | |
Questões 1 a 4 doAuto-teste 1 | Auto-teste teste 2 e |
Auto-teste 3
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