Mapas conceituais como recurso para análise do conteúdo.

        Os mapas conceituais podem ser construídos para o conteúdo de uma aula, de uma disciplina, de um conjunto de disciplinas ou de um programa educacional inteiro que conduza à obtenção de um diploma profissional. Tudo depende da generalidade ou da especificidade dos conceitos, do nível de inclusividade dos conceitos que estão no mapa. Conceitos abrangentes , integradores, podem servir de base para o planejamento curricular de um determinado curso, enquanto conceitos mais específicos, pouco inclusivos, pode orientar a seleção de material e atividades instrucionais específicos.
        Mapas conceituais podem ser uma ferramenta importante para focalizar a atenção do planejados de currículo para o ensino de conceitos e para distinção entre conteúdo curricular e conteúdo instrumental. Ou seja, entre o conteúdo que se espera que seja aprendido e aquele que servirá de veículo para aprendizagem (Stewart et al., 1979).
        Um bom planejamento de currículo implica uma cuidadosa análise de quais são os conceitos centrais para o entendimento da disciplina, ou parte da disciplina que está sendo considerada. Mapas conceituais podem ser extremamente úteis nessa tarefa. Na figura 14, por exemplo, apresenta-se um mapa conceitual para o conteúdo relativo ao estudo dos fenômenos térmicos. Nele aparecem os conceitos e leis que são fundamentais para o entendimento desse assunto. a figura 15, por sua vez, mostra o mapeamento conceitual do conteúdo de eletromagnetismo que serviu de guia para um curso introdutório nesse assunto (Moreira, 1977). Na coluna central estão os conceitos mais abrangentes e que são mais comuns aos fenômenos elétricos (lado esquerdo do mapa) e aos magnéticos (lado direito). Aproximadamente nos quatro cantos do mapa, dentro de retângulos, aparecem as quatro equações básicas do Eletromagnetismo (Equações de Maxwell). A figura 16 mostra outro mapa conceitual para o mesmo conteúdo de acordo com a percepção de outra pessoa. (Não existe um único mapa para cada conteúdo!)
        Observa-se que o mapa da figura 15 não foi construído seguindo o modelo proposto na figura 1. Isso ilustra o fato de que não existem regras fixas para a construção de mapas conceituais. Da mesma forma, não existe uma única maneira, ou a melhor maneira, de representar a matéria de ensino um mapa conceitual. O importante é representá-la em um mapa que tenha sentido e que seja útil para o planejamento curricular.
        Um exercício interessante é o de tentar fazer o mapeamento conceitual de um programa educacional (curso) completo. Às vezes é surpreendente observar como, no fundo, o número de conceitos importantes é relativamente pequeno. Ocorre que tais conceitos são repetidos com nomes diferentes em diferentes disciplinas. Não é raro, ao fazer isso, chegar-se à conclusão de que o programa está cheio de repetições inúteis e não focaliza adequadamente os conceitos que são realmente importantes.


Figuras 14, 15 e 16 respectivamente


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Última atualização:25/6/2002
por Bruna Griebeler
Contato: Silvio L. S. Cunha