Conclusão -- "Negociando significados".

        Neste trabalho, mapas conceituais foram propostos como recursos para o planejamento instrucional e curricular e como instrumento de avaliação. Principalmente através de exemplos, se procurou ilustrar as possibilidades de utilização dos mapas conceituais, em particular no ensino da Física.
        Embora se tenha abordado separadamente o uso de mapas como instrumentos didáticos, de avaliação e de análise do conteúdo, esta separação é um pouco artificial pois os mesmo mapas usados no planejamento curricular (na análise conceitual do conteúdo) podem ser empregados como recursos instrucionais. POdem também servir de auxiliares na avaliação quando são usados como termo de comparação com mapas traçados pelos alunos ou quando são usados como referencial para a elaboração de provas.
        Cabe também assinalar que apesar de que os mapas apresentados neste trabalho se referem, em geral, ao ensino universitário, o mapeamento conceitual pode ser usado tanto na escola secundária como na primária. Novak e Gowin (1984) apresentavam vários exemplos de mapas conceituais construídos por crianças de escola primária.
        Não obstante, em todos esses casos, mapas conceituais podem ser pensados como uma ferramenta para negociar significados. tal como dizem Novak e Gowin (1984, p. 14), "porque são representações explícitas, abertas, dos conceitos e proposições que uma pessoa tem, mapas conceituais permitem que professores e alunos troquem, 'negociem', significados até que os compartilhem. Segundo Novak e Gowin, mapas conceituais se destinam a representar relações significativas entre conceitos na forma de proposições , isto é, são dispositivos esquemáticos para representar um conjunto de significados de conceitos encaixados em um sistema de referência proposicional.
        De fato, como proposições são dois ou mais conceitos ligados por palavras em uma unidade semântica, mapas conceituais podem ser traçados de tal maneira que não somente conceitos sejam exteriorizados mas também proposições. Quer dizer, se a pessoa que faz o mapa rotula com uma ou mais palavras-chave as linhas que unem conceitos em um mapa, de tal modo que os conceitos e essas palavras formam uma proposição, seu mapa representará não apenas sua maneira de organizar um conjunto de conceitos mas também proposições que expressam significados atribuídos às relações entre conceitos. Como tal, o mapeamento conceitual pode ser visto como uma técnica para exteriorizar o entendimento conceitual e proposicional que uma pessoa tem sobre um certo conhecimento.
        O mapeamento conceitual como técnica para negociar significados é hoje a perspectiva dominante no trabalho desenvolvido no Programa de Educação em Ciências e Matemática de Departamento de Educação da Universidade de Cornell, onde foi originalmente desenvolvida a idéia de mapa conceitual no início dos anos setenta (Moreira e Novak, 1987).

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Última atualização: 25/6/2002
por Bruna Griebeler
Contato: Silvio L. S. Cunha