Roteiro Prático com Cartas Celestes  utilizando o programa Cybersky

 

Thaisa Storchi Bergmann & Henrique Aita Fraquelli

(thaisa@if.ufrgs.br  , ico@if.ufrgs.br)

 

Objetivos:

 

Revisar conceitos relacionados à esfera celeste, sistemas de referência, a localização de objetos celestes no céu, bem como seu movimento e propriedades físicas. Familiarizar-se com o programa Cybersky. Estar habilitado a localizar objetos celeste no céu com a ajuda do programa Cybersky.

 

Roteiro Associado: Observando os movimentos do céu noturno

 

 

Introdução e contexto à consecução da atividade:

 

A localização de objetos celestes no céu consiste em uma das principais habilidades a serem desenvolvidas, para que se compreenda e se tenha independência no tocante a astronomia de posição.

 

O programa Cybersky permite que simulemos as observações dos astros em qualquer horário e localidade sobre a superfície da Terra. Poderíamos dizer que é um “planetário de computador”.  Este programa pode ser adquirido a partir do site: www.cybersky.com.

 

Seguindo o roteiro de atividades proposto abaixo, você explorará as principais “capacidades” do programa Cybersky. Respondendo as questões identificadas por números romanos que estão em negrito, você revisará os principais conceitos relacionados com a localização de objetos celeste no céu noturno.

 

A figura 1 mostra a tela do programa Cybersky, e permite facilitar a exploração do programa com o uso deste roteiro.

 

 

Figura 1 -  Tela do Cybersky.

 

 

Roteiro de Atividades:

 

1) Antes de  iniciar o programa, verifique a hora no computador e a corrija se estiver errada. Inicie o programa e verifique se a localidade é Porto Alegre, senão a selecione (Options-Location), ou introduza (Add) como nova localidade (longitude l=51 13´4.6” W (oeste), ou 3h 24m 53.24s; latitude j=30° 01’52” S). (I) O que é longitude e latitude? Por que a longitude pode ser expressa em unidades de tempo? Quanto é 1 hora em graus?

 

observação: os dados constantes na parte direita da tela podem ser alterados com um clique simples sobre os dados.

 

 

 

 

2 ) Façamos agora uma lista do significado de cada botão  inferior:

2.1 - )   Aciona as estrelas mais brilhantes do que magnitude aparente m=4.5. (II) O que é magnitude aparente? Qual é a magnitude aparente do Sol?

2.2 - )    Aciona o nome das estrelas;

2.3 - )    Liga com linhas estrelas da mesma constelação;

2.4 - )    Aciona as bordas das constelações;

2.5 - )   Aciona o nome das constelações;

2.6 - )    Aciona os objetos não estelares também mais brilhantes do que m=4.5,;

2.7 - )   Aciona os nomes dos objetos não estelares;

2.8 - )    Aciona os planetas do sistema solar;

2.9 - )   Aciona os  nomes dos planetas;

2.10 -) Aciona as linhas de referência do sistema de coordenadas equatoriais; (III) Que linhas são estas? Quais são as coordenadas correspondentes?

11 - ) Aciona as linhas de referência do sistema horizontal; (IV) Que linhas são estas? Quais são as coordenadas correspondentes?

12 - ) Aciona a linha do equador; (V) O que é o equador celeste?

13 - ) Aciona a linha da eclíptica; (VI) O que é a eclíptica?

14- ) Aciona a linha do plano galáctico; (VII) O que é o plano galáctico?

     15- ) Aciona toda a esfera celeste ou somente a parte acima do horizonte. (VIII)O que é o horizonte?

 

Os demais botões inferiores servem para localizar o Sol, a Lua e os planetas.

 

3) Segue agora a lista do significado de cada botão superior (começando pelo terceiro):

3.3 - ) Amplia o campo;

3.4 - ) Reduz o campo;

3.5 a 3.8- ) Céu observado se olharmos para o norte, leste, sul e oeste;

3.9 - ) Céu observado se olharmos para cima (zênite); (IX) O que é o zênite? 

3.10 a 3.13- ) Mover-se na carta celeste para esquerda, para cima, para baixo e para direita;

3.14 - ) Aciona o texto explicativo do Cybersky;

3.15 - ) Possibilita trocar a hora de observação do céu;

3.16 a 3.19 - ) Voltar ou avançar um dia (D) ou uma hora (H);

3.20 a 3.24- ) Teclas de controle do modo de animação, com o intervalo de tempo entre cada carta escolhido usando a opção “Animation” do menu superior.

 

4) Menu superior:

1) File: fornece possibilidade de salvar e imprimir as  cartas;

2) View: fornece opções de visualização das cartas (superpõe-se um pouco às funções dos botões superiores);

3) Options: fornece opções para trocar local da observação, acionar ou não a luz do dia quando não é noite;

4) Chart: fornece opção de olhar o céu no modo Atlas ou modo Horizonte, bem como opções de como visualizar os objetos celestes;

5) Time: fornece opção de escolher a hora da observação, seja em tempo local, universal ou Juliano; (X) O que é cada um destes tempos? Também mostra o céu em horas especiais, como meia-noite, por do Sol, etc. A opção “current time” volta para o tempo atual;

6) Search: permite encontrar objetos celestes e dá as coordenadas atuais do centro da carta celeste;

7) Data: fornece informações sobre os itens listados;

8) Animation: permite alterar opções da animação, como intervalo de tempo (step);

9) Help: aciona o menu de ajuda.

 

5) Vamos observar agora o céu de Porto Alegre. Podemos fazer isto usando a opção Z que coloca o zênite no meio do campo. Esta seria a forma que observaríamos o céu inteiro, olhando para diretamente para cima da nossa cabeça se tivéssemos um campo de visão de 360 graus. Os ícones com as lentes permitem ampliar ou reduzir o campo a ser observado .Usando a lente com o sinal menos, faça aparecer o campo completo, que corresponde a todo o céu visível.  Há diferentes opções de direções: podemos olhar para leste (E), norte (N), oeste (W) ou sul (S), usando os botões superiores correspondentes.

Pode-se também usar o modo Atlas ou modo Horizonte. Experimente. No lado direito da tela devem aparecer os tempos Local, Universal, a data Juliana e o tempo Sideral, o tamanho angular do campo, as magnitudes limite dos objetos celestes mostrados, a fase da Lua (de fato a percentagem do seu disco que está iluminado, as coordenadas equatoriais RA (ascenção reta) e DEC (declinação) e as coordenadas horizontais z (distância zenital) e A (azimute) do cursor (mouse). 

 

6) Acione as grades do sistema horizontal de coordenadas dentro da opção Z, que coloca o zênite no meio do campo. Muitas vezes se usa, ao invés de z, a altura h a partir do horizonte. (XI) Verifique qual a coordenada sendo usada e liste o intervalo de seus valores. Qual o valor da altura do zênite? E do horizonte? Qual é o intervalo de valores de azimute? Qual é o azimute do  zênite? Quais os azimutes dos pontos cardeais?(XII) Localize o Polo Sul e liste também suas coordenadas horizontais.

 

7) Acione as grades do sistema equatorial de coordenadas. (XIII) Qual o valor da RA e DEC do Polo Sul? Ainda com o zênite no meio do campo, anote as suas coordenadas RA e DEC. Compare o valor de RA com a hora sideral. O que conclui? Por que isto acontece? (XIV) O que é hora sideral? Verifique que este valor de RA corresponde não só ao zênite mas a todo o meridiano  local. (XV) O que é o meridiano local? (XVI) Compare agora o valor da DEC com o da latitude de Porto Alegre. O que conclui? Por que isto acontece? 

 

8) Vamos agora observar o céu da noite de hoje em Porto Alegre. Para fazermos isto, teremos que fazer o relógio andar para frente, até as 22:00 horas, usando, por exemplo, a flecha que permite o avanço em horas. (XVII) Localize o equador, a eclíptica e o plano da Via-Láctea, acionando os botões inferiores. Faça um esboço do céu visível às 22:00 da noite de hoje,

identificando o Pólo Sul e as linhas acima. (XVIII) Liste as constelações do zoodíaco visíveis a esta hora. Que são estas constelações? (XIX) Agora faça passar a noite e liste os planetas visíveis com as respectivas coordenadas equatoriais, juntamente com a hora solar aproximada em que eles nascem ou se põem. Faça o mesmo para a Lua, listando também a sua fase.

 

9) Acione a animação e observe o movimento da esfera celeste, com os astros nascendo a leste e se pondo a oeste.  (XX) O que é o movimento diurno? O movimento da esfera celeste (ou rotação da Terra) se dá no ritmo da hora sideral, que anda um pouco mais rápido (4 minutos por dia, aproximadamente) que a hora solar. (XXI) Verifique isto anotando a hora sideral das 22:00h do dia de hoje e compare-a com a do dia de amanha às mesmas 22:00h locais. Que diferença deve ocorrer após um mês? Por que o céu que vemos a noite não é sempre o mesmo? (XXII) Verifique também quais são as constelações circumpolares em Porto Alegre, anotando o seu nome. O que são estas constelações? Finalmente anote as coordenadas da Lua no dia de amanhã  e a hora de seu nascer e ocaso, comparando com os valores do dia de hoje. (XXIII) Por que diferem além dos 4 minutos do tempo sideral?

 

10) (XXIV) Voltando para as 22:00 h da noite de hoje, identifique as 5 estrelas mais brilhantes, listando seu nome, tipo espectral e classe de luminosidade, coordenadas equatoriais e magnitude. (XXV) Idem para um aglomerado de estrelas, uma nebulosa e uma galáxia. Descreva em poucas linhas (2-3) o que são cada um destes objetos celestes. Verifique onde se concentram os aglomerados abertos; eles traçam o plano principal da nossa galáxia, a Via-Láctea, cujo centro está na constelação de Sagitário. (XXVI) Procure-a, anotando as coordenadas aproximadas do centro da nossa galáxia. Quais são as outras constelações por onde passa o plano da Via-Láctea?

 

11) Vamos agora observar o céu de hoje em outras tres localidades: no Pólo Sul, Equador e em Nova York. Observe e descreva o movimento diurno observado nestas localidades. Repare que o movimento diurno dos astros se dá sempre paralelamente ao equador, que pode ser utilizado como referência. (XXVII) Compare os movimentos diurnos destas localidades com o observado em Porto Alegre. Em que diferem? Acompanhe e descreva o movimento diurno da Lua em cada localidade. Por que a Lua observada em Nova York parece de “cabeça para baixo” comparada com a Lua observada em Porto Alegre?

 

12) Voltando para Porto Alegre, compare o céu da noite de hoje com o de aqui a 6 meses. Compare as constelações e os planetas visíveis. (XXVIII) O que difere? O que fica igual? Por que?