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MOTORES A EXPLOSÃO: 2 TEMPOS

 

     Você talvez não conheça hoje algum carro equipado com um motor 2 tempos (2T), mas em meados da década de 60 surgiu no Brasil uma indústria de automóveis nacionais que fabricava alguns modelos dotados desse motores de 1000 cm3. A Vemag tinha licença da DKW (Des Knaben Wunsch - o desejo dos meninos) para produção destes carros, onde atuou de 1958 a 1967, produzindo aqui cerca de 110.000 unidades. O preço de um destes carros girava em torno de 100 salários-mínimos da época (algo em torno de R$ 45.000,00 nos dias de hoje). Alguns modelos fabricados no Brasil são os relacionados nas figuras 1, 2 e 3 abaixo.

                
                           Figura 1                                                   Figura 2                                        Figura 3
                        DKW Fissore                                           DKW Vemaguet                              DKW Candango

                    
            Figura 4:
Anúncio da empresa Vemag sobre o desempenho de um dos seus veículos: DKW.

 O curioso "3=6" posto ao lado direito da logomarca do modelo do veículo, mostrado no início do anúncio na Figura 4, refere-se a potência do motor de três cilindros que equipava o veículo ser equivalente à desenvoltura de um veículo de 6 cilindros fabricado na época. Isso realmente era verdade.

    Esse motor tem alguns aspectos interessantes de se ressaltar: primeiramente o motor era composto de 3 cilindros sendo bastante incomum na época e até hoje. Outro aspecto se refere a que o motor era de dois tempos (2T): todo motor 2T deve ter óleo lubrificante misturado no combustível para a adequada lubrificação do motor. Em alguns modelos de veículos era necessária adição do fluido lubrificante no ato do abastecimento juntamente com o combustível, em outros havia um reservatório para o combustível e outro para o óleo da lubrificação do motor (o sistema misturava automaticamente gasolina + óleo antes da admissão). Esse sistema foi adaptado nos veículos a partir de 1967. Finalmente ressalta-se que cada vela era alimentada diretamente por uma bobina. Hoje em dia os motores de 4 cilindros tem as velas alimentadas por uma bobina somente e as faíscas nas velas são comandadas pelo sistema de injeção eletrônica. A vantagem desse sistema independente é que mesmo que de pane em uma das bobinas, as outras duas continuam alimentando o motor enquanto hoje, se a bobina estragar, pára todo o sistema de combustão.

 

 

 

 

 

 

 

 

 Figura 5:                              
Imagem ilustrativa do motor                 
de 3 cilindros da DKW.                    
 

 

Outro veículo importante que fez diferença utilizando o motor dois tempos foi a famosa moto Yamaha RD350 fabricada na década de 70. Essa tinha um motor de dois cilindros (347cm3) que proporcionava uma arrancada ímpar deixando pra trás a lendária moto Honda CBX750F de quatro tempos e quatro cilindros, em boa parte do trajeto: perdia somente na velocidade final.

Veja um vídeo sobre a rivalidade entre elas: clique aqui!

             Figura 6:
       RD 350 - Ano de fabricação 1976

Nos motores a explosão de dois tempos há basicamente dois ciclos. No primeiro ciclo, o pistão sobe admitindo a mistura de ar + combustível na câmara de pré-admissão e fecha as janelas de admissão e exaustão. Durante esse processo cria-se um vácuo no cárter que força a admissão de ar atmosférico no interior do mesmo.

No segundo tempo ocorre a ignição da mistura que ocasiona sua explosão. Os gases expandem forçando o pistão a descer produzindo assim trabalho. O pistão desce descomprimindo a mistura até que ele libere a janela de escape dos gases. Estes são exalados enquanto empurrados pela nova mistura que está sendo admitida.

     

 Esta é uma das máquinas térmicas. Veja as semelhanças e diferenças desta com os motores a combustão de 4 tempos. Será que estas tem algum tipo de relação com as bombas de calor?

 

 

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Referências

 

APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA DE TERMODINÂMICA
NO ENSINO MÉDIO ATRAVÉS DO ESTUDO
DE MÁQUINAS TÉRMICAS COMO TEMA MOTIVADOR

Desenvolvido por Daniel Schulz - UFRGS - 2009