O Skyrmion
Lagrangiano efetivo
- Um Lagrangiano efetivo é um Lagrangiano semi-fenomenológico, construído
em termos dos graus de liberdade efetivos do sistema (aqui, os campos de píons),
possuindo as simetrias e propriedades topológicas desejadas,
e válido numa certa região limitada de energia.
- Para energias (ou momenta lineares) baixas, a expansão geral de tal
Lagrangiano em potências das derivadas dos campos pode ser truncada.
Modelo sigma não-linear
- Este modelo limita-se ao único termo quadrático nas derivadas dos campos,
compatível com as simetrias:
obviamente invariante frente à transformação
- A massa de um sóliton estático é dada por
Este modelo não admite sólitons estáveis pois a massa é
proporcional à escala espacial, que pode ser diminuida arbitrariamente.
Modelo de Skyrme
- Na quarta ordem nas derivadas dos campos, existem 3 termos independentes
que podem ser acrescentados ao Lagrangiano. Porém, somente um destes é
quadrático nas derivadas temporais. No intuito de possibilitar a
formulação Hamiltoniana usual, exclui-se os demais termos.
O termo retido é
A densidade Lagrangiana resultante,
define o modelo de Skyrme.
- Neste modelo, há possibilidade de sólitons estáveis
pois a contibuição do novo termo à massa é inversamente proporcional à
escala espacial, de maneira que a massa alcança um mínimo para uma
certa escala.
O ouriço
- As equações de campo associadas ao Lagrangiano de Skyrme possuem
uma solução estática tal que o campo de píons em cada ponto aponta na
direção do vetor posição:
A função q(r)
é chamada ângulo quiral. A continuidade na origem requer
q(0)=
np.
-
A carga topológica é dada por
com n=1 para o núcleon.
-
As equações de campo fornecem uma equação diferencial não-linear para o
ângulo quiral.
Rotação coletiva - Quantização do spin e do isospin
-
Os estados de spin e isospin dos bárions resultam da quantização do Hamiltoniano
coletivo associado ao ouriço girante:
Para o ouriço, rotações no espaço interno, associadas ao isospin, são
equivalentes
a rotações espaciais associadas ao spin.
-
Uma parametrização conveniente da matriz de rotação coletiva é
Substituindo o ansatz de ouriço girante no Lagrangiano de Skyrme, obtem-se o
Lagrangiano coletivo
- Passando à formulação Hamiltoniana e quantizando as variáveis
coletivas, obtem-se
com os operadores de spin e isospin dados por
- As autofunções de S2,
I2,
Sz,
Iz são polinômios homogêneos de ordem
l, análogos aos harmônicos esféricos.
Os autovalores S2=
s(s+1)
e I2=
i(i+1)
são dados por s= i
=2 l. Assim, escolher a quantização fermiônica
equivale a selecionar os valores ímpares de l.
Isto resulta nas representações:
Spin |
Isospin |
Partículas |
l/2 |
l/2 |
Núcleons |
3/2 |
3/2 |
Ressonâncias D |
Fenomenologia
- Na forma apresentada acima, o modelo de Skyrme contem dois parâmetros,
fp e
e. Usando dois dados experimentais, tais
como as massas do núcleon e da ressonância D para
determinar estes parâmetros, obtem-se uma descrição razoável (com precisão da
ordem de 30%) das propriedades
dos bárions (raios, momentos magnéticos, constantes de acoplamento, etc).
-
Melhoramentos:
- Extensão a SU(3)
- Inclusão dos mésons vetoriais
- Efeitos inerciais na rotação coletiva [H. B. Rodrigues, T. Kodama, M. B.]
- Energia de ponto zero
- Sacola de quarks na região central do sóliton (modelo híbrido)
- ...
Carga topológica
Sumário
Aplicações