Diferencial
Este equipamento fica localizado dentro do eixo traseiro e dianteiro e com
função de corrigir as diferenças de velocidades das rodas ao entrarem em uma
curva. Sendo assim, a roda que fica do lado de dentro da curva tem uma
velocidade menor do que a roda que fica do lado de fora, assim estas diferenças
tem que ser corrigidas para que não haja desgaste dos pneus e o jeep perca a
estabilidade.
O diferencial é constituído de polias (pinhão)circulares e cônicas,
estas polias são comandadas por alguns
anéis que fazem com que as velocidades dos semi-eixos (cada roda) tenham
velocidades diferentes nas curvas ou outras situações diferentes, como
atoleiros, pedras, buracos, etc...
Relação
de diferencial: você sabe como funciona?
Para toda velocidade é necessária uma certa quantia de potência do motor, que
é definido pela resistência do arrasto aerodinâmico do carro e do atrito com
o solo. Em termos off-road contamos também com a resistência ou os desníveis
do terreno. O que define o desempenho do Jeep em off-road, além da potência do
motor é, principalmente, a relação do diferencial do jipe. Por exemplo: um
diferencial com uma relação "longa", em trilha, muitas vezes requer
mais potência e torque para locomover o veículo do que outro com uma relação
"curta". Por outro lado, em deslocamentos em rodovias, um jipe com uma
relação mais longa roda mais e com o motor em baixo giro, enquanto outro com
relação curta precisa manter o motor em alto giro para manter a mesma
velocidade. Qual então é a relação certa? Sempre vai depender do uso que você
vai dar ao seu carro. Um jipe que desenvolve mais ou um que 'sobe em coqueiro'.
As expressões 'relação
curta' e 'longa' se referem às relações de transmissão dos diferenciais. Uma
relação de transmissão alta, que transforma muita rotação em poucas é
chamada de 'curta' é dá ao carro mais força nas arrancadas e subidas. Já uma
relação baixa, é chamada de longa e deixa o carro mais 'fraco' mas com
desenvolvimento de velocidade final maior.
Para exemplificar, vamos citar o diferencial Dana 44 do Jeep Willys. Uma das
relações mais comuns é a relação 43:8 que significa que a coroa tem 43
dentes e o pinhão 8. A relação desta combinação também é expressa pela
divisão matemática de 43/8 - número de dentes da coroa dividido pelo número
de dentes do pinhão - o que neste caso é 5.375. Podemos dizer com este número
que o pinhão tem que girar 5,375 vezes para que a coroa complete uma volta.
Como o valor 5,38 é alto, esta relação é chamada de 'curta'. Uma das relações
do diferencial da F-1000 é a 46:13 que resulta em uma relação de transmissão
de 3,54, uma relação longa.
No caso do diferencial Dana 44, existem no Brasil oito relações de transmissão
diferentes que equipam de jipes a F-1000. A razão de tantas relações
diferentes está na necessidade das montadoras em adequar uma relação específica
para cada veículo. Isto acaba possibilitando também a mudança da relação do
diferencial original. Mas porque alterar a relação do jipe?
Atualmente, são poucos os
jipes que rodam com os pneus originais e a maioria dos 'jipeiros' opta por usar
pneus maiores. No caso do Jeep por exemplo, quase não se vê os pneus
originais, o militar 6.00 x 16. A grande maioria usa pneus com tamanho 7.50 x
16. O que acontece é que se altera a relação de transmissão desde o cardã
até o solo. A relação diferencial não mudou mas mesmo assim a relação
total ficou mais longa. Isto se deve ao fato de que o perímetro do pneu ser
maior. Trocando em miúdos, com a mesma quantidade de voltas do cardã, o Jeep
andou um espaço maior. No caso dos pneus 7.50 x 16, a diferença só é sensível
logo após a troca dos pneus pois logo se acostuma com o novo desempenho do Jeep,
que caiu devido à necessidade de maior torque. Quanto maior o pneu, maior será
a queda. Com certeza, com um pneu 35x12,5 esta queda vai se tornar preocupante.
O Jeep simplesmente não tem mais força para arrancar em terreno acidentado,
sendo necessário o uso da reduzida. E está aí a solução: é preciso reduzir
mais a relação coroa - pinhão para conseguir reduzir a relação de transmissão
final. Quem usa a relação 44:9 pode experimentar a relação 43:8 ou 53:9.
Existe ainda outra possibilidade em que a mudança da relação é necessária:
substituição do motor. É comum a troca de motores originais por modelos mais
potentes e neste casos, quando o novo conjunto motor / caixa fica muito reduzido
é indicada a mudança na relação do diferencial. Vale lembrar também, que
estas duas modificações - motor mais potente e pneus maiores -, muito comum
quando o assunto é adaptações, pode não comprometer a relação final do
carro já que o novo motor deixa o carro mais reduzido mas o pneu maior compensa
a diferença deixando a relação próxima à original.
Fonte: 4x4&Cia