Certo dia os alunos da turma na qual faço meu estágio reclamaram que a prova, que estava para ser aplicada, não havia sido notificada para eles e, para completar, alegaram que o tempo para realização da prova era muito curto, pois a aula daquele dia tinha apenas um período.

        Com isso o professor perguntou-me se eu podia começar a ministrar minha aula sobre estática e máquinas simples. Respondi que por mim tudo bem e iniciei minha aula.

        No meio daquele alvoroço listei na lousa os assuntos que iria abordar; fiz uma breve introdução da importância do estudo das condições para que um corpo possa manter-se em repouso ou em movimento uniforme, pois, por exemplo, a ausência de rotação e translação são condições necessárias para os pontos das estruturas dos prédios.

        Mencionei que Arquimedes já conhecia por volta de 250 a.C. os princípios das roldanas, alavancas e que era o autor da celebre frase: "Dê-me um ponto de apoio e levantarei o mundo".

        Como exemplo de máquina simples citei as lâminas de corte, explicando que quanto mais agudo for o ângulo entre as superfícies de corte, maior será a força de afastamento do material que está sendo cortado e usaria-se uma força menor para penetrar no material. Caso o ângulo fosse maior, menor seria a força que iria atuar lateralmente e necessitaria de mais força para fazer o corte. Contudo, no momento em que estava explicando o funcionamento de um corte por lâmina através do desenho das forças que estão agindo para separar o material, percebi que todos estavam em silêncio; talvez nunca haviam se apercebido do seu funcionamento tão utilizado a cada dia. Também falei que muitas vezes, devido a rigidez de certos materiais, não é possível fazer um corte apenas com uma lâmina: precisa-se da composição de máquinas simples. Como exemplo de composição de máquinas simples temos o alicate que é a combinação de lâmina de corte e alavanca, que serve para multiplicar a força que atuará no corte do arame.

Aires Vinícius C. da Silveira