Jornal da Ciência (JC E-Mail)
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Edição 2717 - Notícias de C&T - Serviço da SBPC
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2 de março de 2005

Perguntas ainda sem respostas que a física moderna herdou de Einstein


Dennis Overbye escreve para 'The New York Times':

Vivemos em uma região do cosmo onde há condições favoráveis para que a vida se desenvolvesse?

As peças fundamentais do universo que conhecemos, como a massa das partículas elementares, seguem determinadas leis já descobertas ou ainda por serem formuladas. Mas a inevitabilidade poderia ser acidental?

A mecânica quântica é a melhor tradução da realidade?

Para o físico Carlos Alberto dos Santos, da UFRGS, pode-se dizer que sim para a realidade microscópica, mas para a realidade 'total', incluindo a cosmologia, Einstein imaginava (e todos vêm buscando até hoje) uma teoria do campo unificado, que englobasse mecânica quântica.

Todo o setor 'escuro' é o que parece?

O modelo padrão da física de partículas descreve que 4% do universo é composto pela matéria visível, formada por partículas regidas por determinadas forças.

A matéria escura, uma 'cola' que mantém todas as galáxias e os aglomerados unidos, corresponde a 21% do universo e o restante seria formado por uma energia escura.

Os físicos se questionam se a parte do espaço que não podemos ver é tão rica em detalhes como a porção visível. E ninguém sabe como estudá-la.

A energia negra vai dissolver toda a vida?

A energia negra parece acelerar a expansão do universo como uma força repulsiva. Mas quanto mais? Haveria um limite?

A cosmologia teórica tem sido dominada pela energia em vez da gravidade como determinante da evolução cósmica.

Contudo, medir o cosmo continua sendo um problema entre os pesquisadores, então qualquer resposta dada atualmente à pergunta é especulativa.

A Teoria da Relatividade é imortal?

Em 1905, Einstein postulou que as leis da física são as mesmas não importa a velocidade que o objeto está ou em que direção corre - ele até tentou mudar o nome da regra para Teoria da Invariância.

Contudo, algumas análises modernas de medidas obtidas de raios cósmicos e versões da gravidade quântica sugerem que a relatividade pode ser violada em situações altamente energéticas.
(O Estado de SP, 2/3)