Jornal da Ciência (JC E-Mail)
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Edição
2695
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26 de janeiro de 2005
Prêmio Nobel, no Rio, defende uso de energia solar
Ele lembra que o custo da energia solar vem caindo cerca de 5% ao ano
Roberta Jansen escreve para 'O Globo':
Walter Kohn, ganhador do Prêmio Nobel de Química em 1998 - junto com John A. Pople -, e consultor do governo americano para assuntos energéticos, fez apaixonada defesa do uso da energia solar, no Rio, nesta terça-feira.
'É importante que os países tenham formas mais limpas de energia, não poluentes, alternativas para o petróleo e o carvão', sustentou Kohn.
Ele participa no Brasil do XVI Simpósio Nacional de Ensino de Física, que marca o início das comemorações do Ano Internacional da Física no país.
O físico, de 82 anos, trabalhou junto com a equipe que desenvolveu, em 1954, as primeiras células solares de silício - por meio das quais é possível transformar a luz solar em energia.
Mais de 50 anos depois, a energia solar ainda é muito cara e responde por apenas 1% da energia utilizada no mundo.
'Falando de uma perspectiva americana, a gasolina e o gás natural ainda são muito baratos', explica o austríaco naturalizado americano. -
'Mas as reservas de óleo e gás chegarão ao limite dentro de 20 a 30 anos, o que é muito pouco tempo. Além disso, as populações dos países pobres devem dobrar nos próximos 50 anos, passando para 6 bilhões de pessoas. Outras formas de energia serão necessárias. Vale lembrar que o custo da energia solar vem caindo cerca de 5% ao ano.'
Kohn afirmou ainda que o uso do hidrogênio como combustível - que vem sendo estudado pelo governo dos EUA - não é muito eficaz.
'Não acho que seja a solução mais sábia porque é preciso usar energia para transformar o hidrogênio em combustível.'
(O Globo, 26/1)