Exames de Qualificação para Doutorado, em ordem cronológica
54 Kaleb Ribeiro Alho
Interculturalidade no Ensino de Ciências Físicas: desafios e potencialidades da Astronomia Cultural em escolas ribeirinhas no interior do Amazonas
19/4/2024
Orientação: Dr. Alan Alves Brito
Banca examinadora: Dra. Patricia Figueiró Spinelli (Museu de Astronomia e Ciências Afins - MAST/RJ), Dr. André Ary Leonel (UFSC/SC), Dra. Cicera Nunes (Universidade Regional do Cariri - URCA/CE), Dr. Alexander Montero Cunha (PPGEnFís - UFRGS/RS), Dr. Alan Alves Brito (PPGEnFís - UFRGS/RS), Presidente.
Interculturalidade no Ensino de Ciências Físicas: desafios e potencialidades da Astronomia Cultural em escolas ribeirinhas no interior do Amazonas
19/4/2024
Orientação: Dr. Alan Alves Brito
Banca examinadora: Dra. Patricia Figueiró Spinelli (Museu de Astronomia e Ciências Afins - MAST/RJ), Dr. André Ary Leonel (UFSC/SC), Dra. Cicera Nunes (Universidade Regional do Cariri - URCA/CE), Dr. Alexander Montero Cunha (PPGEnFís - UFRGS/RS), Dr. Alan Alves Brito (PPGEnFís - UFRGS/RS), Presidente.
Texto da dissertação |
resumo A Astronomia Cultural é uma das áreas mais fascinantes da Astronomia, que tem sido acionada para investigar a diversidade de formas que diferentes povos percebem suas (inter)relações com a terra e o céu. No Brasil, trata-se ainda do ponto de vista educacional, de uma área pouco explorada, tanto no âmbito do ensino e da divulgação das ciências físicas quanto da educação para comunidades tradicionais e para as relações étnico-raciais, uma demanda importante no país nos últimos séculos. Investigamos, nesta pesquisa de doutorado, as relações entre o céu e a terra no contexto de escolas rurais ribeirinhas da Amazônia brasileira. Por meio do constructo teórico da interculturalidade (saberes e fazeres ribeirinhos: ribeirinidade), nos interessa mapear em detalhes a influência do meio cultural ribeirinho na elaboração e construção de saberes físicos e astronômicos e sua discussão e práticas nas aulas de ciências. Nessas comunidades prevalece uma relação de respeito entre sujeito e natureza, tendo em vista que os ribeirinhos e ribeirinhas em confluência com povos indígenas integram aspectos ecológicos, meteorológicos, cosmológicos e, certamente, astronômicos na construção de seus conhecimentos sobre o céu, estabelecendo dessa forma uma outra maneira de perceber, descrever e entender as relações céu-terra. Nesse contexto, sabendo das potencialidades e proficuidades da Astronomia Cultural na educação escolar, somando-se a importância de problematizar a questão da diversidade cultural em áreas que habitualmente ficam ausentes deste debate, buscamos compreender como professores da educação básica no Estado do Amazonas, articulam (ou não) o ensino de Astronomia com o contexto cultural ribeirinho. Apresentamos e discutimos resultados parciais da investigação, localizando as ciências (os saberes físicos e astronômicos) diante do contexto das culturas ribeirinhas e refletindo sobre a forma com a qual as questões do rio, da cultura e da vida ribeirinha são (ou não) consideradas e trabalhadas nas escolas no âmbito do ensino de ciências. A partir desses dados, concluímos que existe uma tensão entre o currículo escolar eurocentrizado e a práxis dos professores de ciências das escolas ribeirinhas investigadas. Também é possível dizer que apesar das fragilidades da escola ribeirinha, a presença da instituição escolar nesses territórios é para professores, alunos e famílias ribeirinhas amazônicas a esperança para construírem, nas bordas do paradigma eurocêntrico, outras alternativas de vida na floresta e fora dela, que significa alcançarem outros espaços sociais ou até mesmo na própria escola na condição de professor. E nessa dinâmica, valorizar as tradições culturais ribeirinhas a partir do Ensino das Ciências Físicas é o ponto de partida para questionar as barreiras da invisibilidade que os povos tradicionais foram submetidos pela episteme de orientação moderna eurocêntrica. Palavras-chave: Astronomia cultural. Comunidades ribeirinhas amazônicas. Interculturalidade. ABSTRACT Cultural Astronomy is one of the most fascinating areas of Astronomy, which has been used to investigate the diversity of ways that different peoples perceive their (inter)relations with the earth and the sky. In Brazil, it is still an area from an educational point of view, which is little explored, both in the context of the teaching and dissemination of physical sciences and education for traditional communities and ethnic-racial relations, an important demand in the country in recent centuries. In this doctoral research, we investigate the relationship between heaven and earth in the context of riverside rural schools in the Brazilian Amazon. Through the theoretical construct of interculturality (riverine knowledge and practices: riverinity), we are interested in mapping in detail the influence of the riverine cultural environment on the elaboration and construction of physical and astronomical knowledge and its discussion and practices in science classes. In these communities, a relationship of respect prevails between subject and nature, considering that riverside dwellers in confluence with indigenous peoples integrate ecological, meteorological, cosmological and, certainly, astronomical aspects in the construction of their knowledge about the sky, thus establishing another way of perceiving, describing and understanding the heaven-earth relations. In this context, knowing the potentialities and proficiencies of Cultural Astronomy in school education, adding the importance of problematizing the issue of cultural diversity in areas that are usually absent from this debate, we seek to understand how teachers of basic education in the State of Amazonas, articulate (or not) the teaching of Astronomy with the riverside cultural context. We present and discuss partial results of the investigation, locating the sciences (physical and astronomical knowledge) in the context of riverine cultures and reflecting on the way in which the issues of the river, culture and riverside life are (or are not) considered and worked on in schools in the context of science teaching. From these data, we conclude that there is a tension between the Eurocentric school curriculum and the praxis of the science teachers of the riverside schools investigated. It is also possible to say that despite the weaknesses of the riverside school, the presence of the school in these territories is for teachers, students and families along the Amazon the hope to build, on the edges of the Eurocentric paradigm, other alternatives for life in the forest and outside it, which means reaching other social spaces or even in the school itself as a teacher. And in this dynamic, valuing riverine cultural traditions from the Teaching of Physical Sciences is the starting point to question the barriers of invisibility that traditional peoples were subjected to by the episteme of modern Eurocentric orientation. Keywords: Cultural Astronomy. Amazonian riverside communities. Interculturality.A Astronomia Cultural é uma das áreas mais fascinantes da Astronomia, que tem sido acionada para investigar a diversidade de formas que diferentes povos percebem suas (inter)relações com a terra e o céu. No Brasil, trata-se ainda do ponto de vista educacional, de uma área pouco explorada, tanto no âmbito do ensino e da divulgação das ciências físicas quanto da educação para comunidades tradicionais e para as relações étnico-raciais, uma demanda importante no país nos últimos séculos. Investigamos, nesta pesquisa de doutorado, as relações entre o céu e a terra no contexto de escolas rurais ribeirinhas da Amazônia brasileira. Por meio do constructo teórico da interculturalidade (saberes e fazeres ribeirinhos: ribeirinidade), nos interessa mapear em detalhes a influência do meio cultural ribeirinho na elaboração e construção de saberes físicos e astronômicos e sua discussão e práticas nas aulas de ciências. Nessas comunidades prevalece uma relação de respeito entre sujeito e natureza, tendo em vista que os ribeirinhos e ribeirinhas em confluência com povos indígenas integram aspectos ecológicos, meteorológicos, cosmológicos e, certamente, astronômicos na construção de seus conhecimentos sobre o céu, estabelecendo dessa forma uma outra maneira de perceber, descrever e entender as relações céu-terra. Nesse contexto, sabendo das potencialidades e proficuidades da Astronomia Cultural na educação escolar, somando-se a importância de problematizar a questão da diversidade cultural em áreas que habitualmente ficam ausentes deste debate, buscamos compreender como professores da educação básica no Estado do Amazonas, articulam (ou não) o ensino de Astronomia com o contexto cultural ribeirinho. Apresentamos e discutimos resultados parciais da investigação, localizando as ciências (os saberes físicos e astronômicos) diante do contexto das culturas ribeirinhas e refletindo sobre a forma com a qual as questões do rio, da cultura e da vida ribeirinha são (ou não) consideradas e trabalhadas nas escolas no âmbito do ensino de ciências. A partir desses dados, concluímos que existe uma tensão entre o currículo escolar eurocentrizado e a práxis dos professores de ciências das escolas ribeirinhas investigadas. Também é possível dizer que apesar das fragilidades da escola ribeirinha, a presença da instituição escolar nesses territórios é para professores, alunos e famílias ribeirinhas amazônicas a esperança para construírem, nas bordas do paradigma eurocêntrico, outras alternativas de vida na floresta e fora dela, que significa alcançarem outros espaços sociais ou até mesmo na própria escola na condição de professor. E nessa dinâmica, valorizar as tradições culturais ribeirinhas a partir do Ensino das Ciências Físicas é o ponto de partida para questionar as barreiras da invisibilidade que os povos tradicionais foram submetidos pela episteme de orientação moderna eurocêntrica. Palavras-chave: Astronomia cultural. Comunidades ribeirinhas amazônicas. Interculturalidade. ABSTRACT Cultural Astronomy is one of the most fascinating areas of Astronomy, which has been used to investigate the diversity of ways that different peoples perceive their (inter)relations with the earth and the sky. In Brazil, it is still an area from an educational point of view, which is little explored, both in the context of the teaching and dissemination of physical sciences and education for traditional communities and ethnic-racial relations, an important demand in the country in recent centuries. In this doctoral research, we investigate the relationship between heaven and earth in the context of riverside rural schools in the Brazilian Amazon. Through the theoretical construct of interculturality (riverine knowledge and practices: riverinity), we are interested in mapping in detail the influence of the riverine cultural environment on the elaboration and construction of physical and astronomical knowledge and its discussion and practices in science classes. In these communities, a relationship of respect prevails between subject and nature, considering that riverside dwellers in confluence with indigenous peoples integrate ecological, meteorological, cosmological and, certainly, astronomical aspects in the construction of their knowledge about the sky, thus establishing another way of perceiving, describing and understanding the heaven-earth relations. In this context, knowing the potentialities and proficiencies of Cultural Astronomy in school education, adding the importance of problematizing the issue of cultural diversity in areas that are usually absent from this debate, we seek to understand how teachers of basic education in the State of Amazonas, articulate (or not) the teaching of Astronomy with the riverside cultural context. We present and discuss partial results of the investigation, locating the sciences (physical and astronomical knowledge) in the context of riverine cultures and reflecting on the way in which the issues of the river, culture and riverside life are (or are not) considered and worked on in schools in the context of science teaching. From these data, we conclude that there is a tension between the Eurocentric school curriculum and the praxis of the science teachers of the riverside schools investigated. It is also possible to say that despite the weaknesses of the riverside school, the presence of the school in these territories is for teachers, students and families along the Amazon the hope to build, on the edges of the Eurocentric paradigm, other alternatives for life in the forest and outside it, which means reaching other social spaces or even in the school itself as a teacher. And in this dynamic, valuing riverine cultural traditions from the Teaching of Physical Sciences is the starting point to question the barriers of invisibility that traditional peoples were subjected to by the episteme of modern Eurocentric orientation. Keywords: Cultural Astronomy. Amazonian riverside communities. Interculturality. Será transmitido em: https://mconf.ufrgs.br/webconf/ppgenfis |
53 Douglas Grando de Souza
Construindo redes de apoio para professores de Física: o papel de Comunidades de Prática no contexto do MNPEF
22/11/2023
Orientação: Dr. Ives Solano Araujo e Dra. Eliane Angela Veit
Banca examinadora: Dra. Lúcia Helena Sasseron (USP/SP), Dra. Iramaia Jorge Cabral de Paulo (UFMT/MT), Dr. Matheus Monteiro Nascimento (PPGEnFís – UFRGS/RS), Dr. Ives Solano Araujo (PPGEnFís – UFRGS/RS), Presidente.
Construindo redes de apoio para professores de Física: o papel de Comunidades de Prática no contexto do MNPEF
22/11/2023
Orientação: Dr. Ives Solano Araujo e Dra. Eliane Angela Veit
Banca examinadora: Dra. Lúcia Helena Sasseron (USP/SP), Dra. Iramaia Jorge Cabral de Paulo (UFMT/MT), Dr. Matheus Monteiro Nascimento (PPGEnFís – UFRGS/RS), Dr. Ives Solano Araujo (PPGEnFís – UFRGS/RS), Presidente.
resumo O Programa Nacional de Mestrado Profissional em Ensino de Física (MNPEF) desempenha um papel importante na formação continuada de professores(as) de Física na Educação Básica. No entanto, um desafio persistente é a dificuldade enfrentada por docentes em manter as mudanças em suas práticas pedagógicas após a conclusão do mestrado, diante dos obstáculos encontrados em seus contextos educacionais e da falta de apoio para superá-los. Com base em resultados da literatura, nossa expectativa é que o envolvimento em Comunidades de Prática (CoP) voltadas para o trabalho docente possa auxiliar na continuidade na formação docente e sustentar redes de interação entre universidade e escola capazes de enfrentar esse cenário. Esta pesquisa se concentra na investigação da criação de uma CoP que inclua professores(as) egressos(as), mestrandos(as) e formadores(as) do MNPEF, e de seus impactos na prática docente de egressos(as). A metodologia da pesquisa engloba três etapas: a legitimação do projeto da CoP, sua implementação em um polo regional e a avaliação das interações iniciais entre os participantes, com ênfase sobre os(as) egressos(as). Neste Exame de Qualificação, apresentamos resultados e discussões que contribuirão para legitimar institucionalmente nossa proposta. Realizamos uma Análise de Conteúdo de artigos e editoriais publicados em periódicos científicos especializados em Educação em Ciências e Matemática, atentando às asserções de valor (críticas, receios, apreciações e expectativas) expressas em relação aos mestrados profissionais em Ensino de Ciências e, especificamente, ao MNPEF. As asserções de valor foram categorizadas em cinco temas gerais relacionados aos mestrados profissionais: Currículo e Prática de Formação; Pesquisa; Produtos e/ou Processos Educacionais e Dissertações; Mestrandos(as), Egressos(as) e formadores(as); e Organização Institucional. Cada tema foi discutido em torno de dez diretrizes para o cultivo das CoP de professores(as) de Ciências da Natureza na interface entre Escola e Universidade. Os resultados mostram caminhos promissores para as CoP no contexto do MNPEF, justificados pelo potencial de criar vínculos de colaboração e aprendizagem mútua entre professores(as) e pesquisadores(as), disseminar, implementar e avaliar produtos e/ou processos educacionais, promover a inovação pelos docentes e manter um diálogo reflexivo e crítico que articule resultados da pesquisa acadêmica, conhecimentos da formação profissional e a prática docente. Palavras-chave: Formação Continuada de Professores. Comunidades de Prática. Mestrado Profissional. Ensino de Física. Será transmitido em: https://mconf.ufrgs.br/webconf/ppgenfis |