Universidade Federal do Rio Grande do Sul

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

Disciplina: astronomia geodésica ii

Código: fis 02006

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

5ª PRÁTICA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rafael Santos Genro Matrícula: 2795/97-7 Turma U

Professor BASÍLIO SANTIAGO

Período 01/01

 

 

 

O presente trabalho visa determinar a longitude em que o observador se encontra com o auxílio de uma estrela.

O trabalho foi realizado no terraço do prédio da Física, o qual foi devidamente projetado para instalar-se instrumentos de medição de coordenadas horizontais e verticais (teodolitos).

Feita a instalação do teodolito, com auxílio dos seus calantes, nivelou-se o mesmo.

Coletaram-se ângulos horizontais e verticais do astro, assim como a hora legal de cada observação durante a trajetória do astro.

Tendo diversos valores de ângulos verticais da estrela e a hora legal, referente à tais instantes da observação mencionada, torna-se possível encontrar a desejada longitude do observador, através da diferença entre Hora Sideral para o observador e Hora Sideral em Greenwich. Tal método denomina-se "Método das Distâncias Zenitais Absolutas" devido ao fato de que para cada valor de leitura vertical ocorrida num determinado instante de Hora Legal, calcularemos o instante de Hora Sideral com relação ao observador e o instante de Hora Sideral com relação à Greenwich no exato momento da cada leitura; Sabendo-se que a diferença entre estas 2 últimas proporciona o valor da longitude do observador, teremos assim diversas longitudes, cada uma referente a sua respectiva medição. A Longitude do observador será a média destas diversas longitude. Posteriormente serão dados todos os passos para encontrar-se tais incógnitas.

Quanto à escolha do astro para tal observação, sabendo-se a longitude aproximada do local da observação e o intervalo de hora legal disponível para a mesma, obtém-se o intervalo de hora sideral correspondente. Isso envolve uma transformação de hora legal para hora solar local e uma conversão de hora solar local em hora sideral. Descobrindo-se o intervalo em hora sideral, procuram-se estrelas que sofram elongação dentro deste intervalo. Logo, com o auxílio de uma lista contendo as coordenadas equatoriais de várias estrelas (apparent places of stars), tudo que precisa-se fazer é determinar quais estrelas têm ascensão reta contida no intervalo de hora sideral encontrado.

- Astro: Canopus da constelação de Carina

δ = -52º42´07´´

α = 6h 23min 55s

- Mira: Torre de celular num morro

- Instrumento de Medição: Teodolito Wild T2 n.º1

- Cronômetro, a fim de executar-se medições subseqüentes num mesmo intervalo de tempo.

- Lanterna

 

 

Leituras Iniciais, com as quais torna-se possível calcular o erro do instrumento de medição (teodolito) na sua leitura vertical, medindo-as nas posições direta e inversa com o teodolito; Tais medições foram obtidas mirando para o alvo (torre de celular).

1ª Leitura

Ângulo Horizontal

Ângulo Vertical

(direta)

115º17´22´´

88º40´14.5´´

(inversa)

#

271º13´15´´

2ª Leitura

Ângulo Horizontal

Ângulo Vertical

(direta)

115º17´16´´

#

(inversa)

#

#

Hora legal, ângulos horizontal e vertical da estrela Alfa Carina coletados no dia em que foi feito o trabalho (19/04/2001).

Medições

Hora Legal

Ângulo Horizontal

Ângulo Vertical

1

20h 12min 37s

175º 51’ 53’’

42º 11’ 23’’

2

20h 21min 10s0

176º 17’ 53.5’’

43º 36’ 20.5’’

3

20h 26min 30s

176º 29’ 40’’

44º 24’ 21.5’’

4

20h 32min 50s

176º 41’ 57.5’’

45º 21’ 27.5’’

5

20h 40min 10s

176º 53’ 47’’

46º 26’ 46’’

6

20h 52min 12s

177º 07’ 25’’

48º 16’ 41’’

7

20h 59min 52s

177º 11’ 46’’

49º 26’ 51’’

8

21h 03min 19s

177º 13’ 00’’

49º 58’ 10’’

9

21h 09min 55s

177º 14’ 11’’

50º 58’ 08’’

10

21h 15min 03s

177º 13’ 18’’

51º 45’ 00’’

11

21h 19min 44s

177º 11’ 35’’

52º 28’ 03’’

12

21h 26min 51s

177º 07’ 09’’

53º 03’ 55’’

13

21h 31min 40s

177º 05’ 05’’

54º 06’ 52’’

14

21h 36min 07s

177º 00’ 23’’

54º 56’ 15’’

15

21h 43min 11s

177º 52’ 27’’

56º 01’ 05’’

16

21h 47min 16s

176º 47’ 19’’

56º 37’ 39’’

17

21h 50min 36s

176º 43’ 05.5’’

57º 07’ 42’’

 

Cálculo do Erro do Teodolito com relação as suas leituras verticais:

Zo = [(Lvd + Lvi) - 360º] / 2

Zo = [(88º40´14.5´´ + 271º13´15´´) - 360º] / 2

Zo = -0,108472223º / 2

Zo = -0,0542361115º = - 0º03´15´´

Zo = - 0º03´15´´

1ª medição:

HL = 20h12m37s

Lv = 42º11´23´´

Onde HL significa a hora legal no exato instante em que o astro possuía a leitura vertical LV medida com o teodolito;

Correção da primeira leitura vertical com relação ao erro do teodolito:

Zobs = Z1 - Zo

Zobs = 42º 11’ 23’’ – (- 0º03´15´´)

Zobs1 = 42º14´38´´

Correção da primeira leitura vertical com relação à refração:

Rm = 51´´

Rm = 0,0141666666667º

(Valor tirado do almanaque astronômico com o auxílio de uma interpolação matemática).

Zcor = Zobs1 + Rm

Zcor = 42º14´38´´ + 51´´

Zcor1 = 42º15´29´´

Tendo a distância zenital do astro corrigida com relação ao erro do instrumento de medição e à refração, com o auxílio da seguinte fórmula matemática provinda da trigonometria esférica aplicada à astronomia de posição, encontramos o ângulo horário H da estrela no exato instante da captação de tal ângulo vertical Lv, através do qual torna-se viável encontrar a hora sideral S para o observador neste instante;

cos Z = senφ senδ + cosφ cosδ cos H

cos Hn = (cos Zn - senφ senδ) / cosφ cosδ

Dados:

n = número de medições_1<n<17

Hn = Ângulo Horário da estrela na inésima medição_VARIÁVEL

Zn = Ângulo Zenital da estrela na inésima medição_VARIÁVEL

Sn = Hora Sideral para o observador no instante da inésima medição_VARIÁVEL

φ= -30º04´58´´ (latitude do observador)_CONSTANTE

δ = -52º42´07´´(declinação da estrela) _CONSTANTE

α = 6h 23min 55s (ascenção reta da estrela) _CONSTANTE

cos H = (cos Z - senφ senδ) / cosφ cosδ

cos H = [cos(42º15´29´´) - sen(-30º04´58´´) sen(-52º42´07´´)] / cos(-30º04´58´´) cos(-52º42´07´´)

cos H = 0,341381669909 / 0,524339692236

cos H = 0,651069669079

H = arccos (0,651069669079)

H1 = 49º22´40´´ (Ângulo Horário da estrela no instante da 1ª medição)

Sn = Hn + α

S1 = H1 + α

S1 = 49º22´40´´ + 6h 23min 55s

S1 = 3h 17min 31s + 6h 23min 55s

S1 = 9h 41min 26s (Hora Sideral para o observador no instante da 1ª medição)

Sabendo-se a Hora Sideral para o observador no instante da observação da estrela, e descobrindo-se a Hora Sideral em Greenwich neste mesmo instante, subtraindo-se tais Horas Siderais encontra-se finalmente a desejada Longitude do observador. Para encontrarmos a Hora Sideral em Greenwich no instante da observação, utiliza-se a seguinte fórmula:

SGn = S0 + (HLn - F)(1 + η)

Dados:

n = número de medições_1<n<17

SGn = Hora Sideral em Greenwich na inésima medição_VARIÁVEL

HLn = Hora Legal para o observador na inésima medição_ VARIÁVEL

S0 = 13h 48min 38s (hora sideral às 0h em Greenwich no dia da observação retirada do Astronomical Almanac) _CONSTANTE

F = -3 horas (fuso horário de Porto Alegre) _CONSTANTE

η = 0,00273790926_CONSTANTE

SG = S0 + (HL - F)(1 + η)

SG1 = S0 + (HL1 - F)(1 + η)

SG1 = 13h 48min 38s + (20h12m37s + 3h)(1 + 0,00273790926)

SG1 = 37h 05min 04s

SG1 = 13h 05min 04s

λ = SG – S

λ = SG – S

λ1= SG1 - S1

λ1= 13h 05min 04s - 9h 41min 26s

λ1= 3h 23min 38s (Longitude 1 do observador_oeste de Greenwich)

É importante ressaltar que este valor da longitude do observador encontrado através da 1ª medição ainda não é o valor a ser adotado; É necessário calcular um valor de longitude para cada medição feita durante a observação do astro utilizando os mesmos meios com os quais descobrimos este 1º valor; Logo, com os 17 diferentes valores de longitude extrair-se-á uma média, a qual corresponderá ao valor definitivo da longitude do observador.

Valores da Longitude calculados através das 17 medições:

λ1 = 3h 23min 38s

λ2 = 3h 22min 40s

λ3 = 3h 22min 40s

λ4 = 3h 22min 39s

λ5 = 3h 22min 46s

λ6 = 3h 22min 42s

λ7 = 3h 22min 39s

λ8 = 3h 22min 40s

λ9 = 3h 22min 41s

λ10 = 3h 22min 40s

λ11 = 3h 22min 37s

λ12 = 3h 25min 48s

λ13 = 3h 23min 42s

λ14 = 3h 22min 42s

λ15 = 3h 22min 36s

λ16 = 3h 22min 38s

λ17 = 3h 22min 39s

λobs= (λ12+ ...... + λ17) / 17

λobs= 3h 22min 58s (Longitude do observador à oeste de Greenwich)

λobs= 50º 44´ 31´´ (Longitude do observador à oeste de Greenwich)

Conclusão:

O método adotado para descobrirmos o valor da longitude do observador é simples, viável e eficiente, visto que necessita-se saber apenas a declinação e ascenção reta do astro, a latitude do observador e a Hora Sideral à 0h em Greenwich na data da observação. Na hora da observação, basta apenas observar o movimento diurno da estrela, anotar em intervalos subsequentes de aproximadamente 5 minutos os ângulos verticais e a hora legal da estrela durante sua trajetória.