Roteiro para preparação de relatório de FIS 2006

 

Considerações gerais: o relatório dever ser suscinto. Ou seja, não há necessidade de escrever frases intermináveis e com pouca ou nenhuma informação. Por outro lado, suscinto não significa incompleto. Procure fazer do relatório algo que sirva como roteiro para que outras pessoas possam repetir o que foi feito, passo a passo. Ou seja, não pode haver lacunas na descrição das diferentes etapas do trabalho ou erros na descrição da seqüência com que ele foi feito.

A apresentação do relatório também conta: um texto sem rasuras, escrito em boa caligrafia (ou digitado em computador ou máquina de escrever) e enriquecido com tabelas, fórmulas e figuras certamente ajuda.

Quanto à ordem, ela deve seguir aproximadamente o seguinte roteiro:

1 - Uma definição clara do(s) objetivo(s). Em outras palavras, o que se procura determinar com o trabalho (a hora sideral? a latitude do observador? o azimute de um mira?, etc)

2 - Método de determinação: uma descrição teórica das medidas que têm que ser feitas, em que ordem e qual a relação entre o que se vai medir e o que se procura obter (objetivo).

3 - Preparação da observação: escolha de intervalos de hora e de coordenadas, escolha do(s) alvo(s).

4 - Preparo instrumental: montagem e nivelamento do teodolito; medidas de calibração e de correção instrumental.

5 - Processo de tomada de medidas; correções às medidas.

6 - Análise dos dados; métodos matemáticos e/ou estatísticos para fins de obtenção dos objetivos. Valores obtidos e incertezas.

7 - Conclusões.


O roteiro descrito acima é simples e realmente escrever um relatório não deve ser encarado como algo complexo. Mas exige atenção. Os ítens acima escondem vários detalhes que, quando formam o todo, acabam sendo fundamentais. É muito comum, por exemplo, relatórios omitirem dados importantes como: data e intervalo de hora da observação, dados sobre a(s) estrela(s) observada(s), informações sobre o(s) instrumento(s) usado(s), etc. Na descrição do método de observação e da preparação para a observação, quando em geral certas grandezas são apresentadas pela primeira vez no relatório, é comum os símbolos que as representam serem colocados sem qualquer esclarecimento, como se o leitor tivesse obrigação de estar familiarizado com estes símbolos e com a notação usada. No relato das medidas e análise, às vezes também, por distração, são introduzidas para uma dada grandeza notações diferentes daquelas usadas antes, o que causa confusão. Outros erros comuns incluem: esquecer fórmulas, como a de correção para erro zenital ou para refração, usar estas fórmulas erroneamente (com sinal invertido, por exemplo), erros na conversão de medidas para valores decimais, erros na aplicação de funções trigonométricas, etc. E por último: relatórios devem ser feitos antes de mais nada com consciência. Isso significa que a pessoa, ao escrever, deve pensar e refletir sobre o que está escrevendo. Logo, um relatório bem feito é incompatível com a inclusão de textos copiados de livros ou de sítios internet.

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Basilio Santiago, santiago@if.ufrgs.br