Nesta seção procuramos fazer uma
espécie de glossário dos termos e definições
já apresentados nas seções anteriores.
Astronomia de Posição
Definições e conceitos
ESFERA CELESTE
- esfera:
- uma superfície no espaço tridimensional
cujos pontos são equidistantes de um centro.
- grande círculo ou círculo
máximo:
- um círculo na superfície de uma esfera
que a divide em duas metades (hemisférios).
- pequeno círculo:
- qualquer círculo sobre uma esfera que não
seja máximo.
- esfera celeste:
- um modelo de céu pelo qual o consideramos
a superfície de uma esfera centrada em nós. Todos os
astros (Sol, Lua, planetas, estrelas, cometas, etc) estão
localizados sobre a esfera celeste. A esfera celeste tem
as seguintes propriedades:
- É imaginária.
- Seu raio é considerado muito
maior do que as dimensões da Terra, sendo,
portanto, qualquer ponto sobre a superfície
desta última igualmente válido como centro da
esfera celeste.
- Apesar das distâncias de
diferentes astros à Terra variarem, todos são
considerados como situados sobre a esfera, tendo,
portanto, uma posição aparente sobre esta. A
posição de um astro relativamente a outro na
esfera celeste pode e é definida usando
coordenadas angulares.
SISTEMA HORIZONTAL
- direção vertical:
- a direção diretamente acima ou abaixo de um
observador. De forma mais precisa, direção da
aceleração gravitacional no ponto da superfície
terrestre onde ele se encontra.
- zênite:
- o ponto da esfera celeste que
resulta do prolongamento ao infinito da vertical do observador
no sentido contrário à gravidade. Ponto da esfera celeste
diretamente acima da cabeça do observador
- nadir:
- a direção diretamente abaixo do
observador, ou seja, o ponto da esfera celeste
diametralmente oposto ao zênite.
- plano horizontal:
- plano perpendicular à direção
vertical de um observador e que contenha o mesmo.
- horizonte:
- o círculo máximo que resulta do
prolongamento do plano horizontal do observador até
encontrar a esfera celeste; é a intersecção entre a
esfera celeste e o plano perpendicular à vertical do
observador.
- meridiano astronômico:
- o grande círculo que passa pelo zênite
do observador e pelos pontos cardeais norte e sul. É ao
mesmo tempo um círculo vertical (perpendicular ao
horizonte) e um círculo horário. O meridiano de um
observador é o seu mais importante círculo de referência.
- plano meridiano:
- plano que contém o meridiano astronômico.
É o mesmo plano que contém o observador e o eixo de
rotação da Terra
- plano vertical:
- qualquer plano perpendicular ao plano horizontal.
Plano vertical de um astro é o plano que contém o
círculo vertical do mesmo.
- círculo vertical:
- qualquer grande círculo que contenha o zênite
e o nadir. Seu nome se deve ao fato de ser um círculo
perpendicular ao horizonte.
- altura (h):
- Trata-se de uma das coordenadas do sistema
horizontal (a outra é o azimute). A altura de um objeto
é o ângulo entre a direção ao objeto e a horizontal,
ângulo este contado ao longo do círculo vertical que
contém o astro. A altura pode ser tanto positiva (h >
0°, astro acima do horizonte) quanto negativa (h < 0°,
astro invisível, abaixo do horizonte). A altura do zênite
é h = 90° e a do nadir é h = -90°.
- azimute (A):
- Outra coordenada horizontal. É o ângulo,
contado ao longo do horizonte, entre a direção norte e
a base do círculo vertical do astro. Outra forma de
definí-lo é como sendo a ângulo entre o plano
meridiano do observador e o vertical do astro. É
geralmente contado no sentido norte-leste-sul-oeste. A=0°:
ponto cardeal norte; A=90°: ponto cardeal leste; A=180°:
ponto cardeal sul; A=270°: ponto cardeal oeste.
- almucântar:
- Círculo de altura constante paralelo ao
horizonte. Chama-se também de paralelo de altura.
SISTEMA EQUATORIAL
- pólos celestes:
- são os pontos da esfera celeste que
resultam do prolongamento do eixo de rotação da Terra.
Os pólos celestes norte e sul são pontos fixos da
esfera celeste, ou seja, não se movem no céu de um
observador durante a noite. Para um observador situado em um dos
pólos geográficos da Terra, o pólo celeste
correspondente coincide com o zênite.
- equador celeste:
- o grande círculo que resulta da intersecção
entre o plano equatorial terrestre e a esfera celeste.
- círculo (ou arco) diurno:
- o caminho aparente de uma estrela no céu
durante um dia, devido à rotação da Terra. Círculos
diurnos são paralelos ao equador celeste e são círculos
pequenos (exceto por uma estrela situada no equador
celeste).
- círculo horário:
- qualquer grande círculo que contenha os pólos
celestes norte e sul. Os círculos horários são
perpendiculares ao equador celeste, assim como os círculos
verticais são perpendiculares ao horizonte.
- ponto vernal (ponto γ)
:
- o ponto da esfera celeste onde se situa o
Sol no Equinócio de março (em torno de 21/03). Este
ponto se situa sobre o equador celeste e, ao passar por
este ponto, o Sol sai do hemisfério sul celeste e entra
no hemisfério norte celeste. Também chamado de Ponto γ ou
Ponto de Áries.
- ascensão reta (α):
- É uma das coordenadas do sistema
equatorial. É o ângulo, medido ao longo do equador
celeste, entre o ponto vernal e a base do círculo horário
que contém o objeto. Outra definição: ângulo entre o
plano que contém o círculo horário do ponto vernal e o
plano que contém o círculo horário do astro. A ascensão
reta cresce no sentido leste e, em geral, é contada em
unidades de tempo (1h = 15°; 24h = 360°).
- declinação (δ):
- o ângulo entre a direção a um objeto e
o plano do equador celeste, medido ao longo do círculo
horário do objeto. A declinação pode ser norte ou sul,
casos em que δ > 0° e δ < 0°,
respectivamente. Pólo Sul celeste: δ = -90°; pólo norte
celeste: δ = 90°.
- ângulo horário (H):
- o ângulo, contado a oeste, entre o
meridiano do observador e o círculo horário do objeto.
Geralmente expresso em unidades de tempo.
- eclítica:
- o caminho aparente do Sol na esfera
celeste ao longo do ano. O movimento anual do Sol se deve
à revolução da Terra ao longo de sua órbita em torno
do mesmo. A eclítica é, portanto, a intersecção entre
o plano orbital terrestre e a esfera celeste. A eclítica
faz um ângulo de aproximadamente 23.5° com o Equador
Celeste. Os dois pontos de intersecção entre estes dois
grandes círculos são o ponto Vernal (γ) e o ponto Ω
, o primeiro dos quais marca a origem da ascensão
reta.
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Basilio Santiago, santiago@if.ufrgs.br