Durante muito tempo, algumas regiões do espectro eletromagnético
eram "inobserváveis". Ou seja, era impossível receber as ondas
de luz de determinados comprimentos de onda
Os ramos da Astrofísica de altas energias e do infravermelho distante, contudo, se beneficiaram fortemente da tecnologia aeroespacial. A partir da década de 70 foram colocados em órbita da Terra, diversos telescópios e detetores capazes de captar e registrar esses comprimentos de onda absorvidos pela atmosfera.
No início, a tecnologia dos detetores no infravermelho distante, como os do satélite IRAS mostrado acima, somente permitia medidas de fluxos de fontes em escalas de 1 ou 2 minutos de arco, bem com espectros de baixa resolução. Como comparação, imagens óticas obtidas dos telescópios terrestres, alcançavam em torno de 1 segundo de arco de resolução, sendo portanto bem mais definidas. A tecnologia vem se desenvolvendo rapidamente, sendo que atualmente, imagens no infra-vermelho distante obtidas com o Satélite Spitzer (também conhecido como SIRTF, ver figura abaixo) dão bem mais detalhe.
A imagem abaixo, por exemplo, mostra o disco de poeira em torno da estrela Fomalhaut, alfa do Peixa Austral. Esta estrela é facilmente visível a olho nu, no início da noite, nos meses de setembro a dezembro. Se a olho nu, ela parece uma estrela branca comum, no infravermelho ela sempre escondeu mistérios somente agora revelados. O IRAS já havia obtido um fluxo infravermelho alto para uma estrela, mas não tinha resolução necessária para revelar detalhes de onde vinha esta emissão.
Outro importante telescópio infra-vermelho é o
satélite europeu (da Agência Espacial Européia, ESA) Infrared
Space Observatory (ISO), lançado na década de 1990. As imagens abaixo,
em vermelho, mostram a galáxia de Andrômeda (M31) observada pelo ISO, no
comprimento de onda de 175
Em altas energias, a tecnologia também evoluiu muito rapidamente. Um dois principais telescópios que captam os raios X das fontes astronômicas atualmente é o Chandra.
A verdade é que se Astrofísica evoluiu enormemente nas
últimas décadas, grande parte desta evolução é devida à extensão da
observação astronômica a todos os domínios do espectro eletromagnético,
fato gerado pelo espetacular avanço tecnológico dos tempos recentes.