Frustração, desordem e complexidade: como a física resolve problemas insolúveis

Daniel Adrian Stariolo

Os conceitos de frustração e desordem formam parte do nosso cotidiano. Dizemos
que estamos "frustrados" quando não conseguimos atingir um objetivo ou resolver uma
situação definida. A "desordem" é evidente numa mesa de trabalho cheia de coisas fora de lugar.Eles têm uma conotação negativa, são indesejáveis. No entanto, na natureza eles possuem uma função importante: servem para otimizar o funcionamento dos sistemas naturais.Na Física, estes conceitos são definidos de forma transparente, matemática. Isto permite elaborar conclusões precisas sobre fenômenos muito diversos que apresentam problemas aparentemente "insolúveis": por que e como conseguimos lembrar uma dentre milhares de memórias armazenadas no cérebro?
Por que os vidros muitas vezes são mais resistentes e flexíveis que os cristais puros?
É possível que o chefe de uma grande companhia tome decisões que satisfaçam a todas as partes? O cérebro, os vidros e as grandes corporações são sistemas frustrados e desordenados, segundo as definições da Física. Geralmente, não existe um caminho ou solução única para seus problemas, mas uma infinidade de caminhos ou soluções alternativas: são "sistemas complexos".Nesta palestra apresentaremos o fascinante desafio dos sistemas complexos desde a perspectiva da Física.

Graduado em Fisica pela Universidad Nacional de La Plata e Doutor em Física pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. Atualmente é Professor Associado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Pesquisador Associado do International Center For Theoretical Physics . Tem experiência na área de Física, com ênfase em Física Estatística e Propriedades Térmicas da Matéria Condensada, atuando principalmente nos seguintes temas: transições de fases em sistemas com frustração e desordem, vidros estruturais, filmes ferromagnéticos ultrafinos, crescimento de dominios, fluidos complexos. Teoria e simulações.