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O Observatório do Morro Santana

No final dos anos 60, em decorrência do Acordo do Café, o Brasil recebeu da Alemanha Oriental muitos equipamentos científicos (como pagamento de café brasileiro, daí o nome do acordo), incluindo material óptico Zeiss. Para Porto Alegre, veio um telescópio com espelho de 50 cm; na verdade, deveria vir um de 60 cm, mas espertezas políticas o levaram para alhures. A história da escolha do sítio para o observatório não será relatada aqui, pois não participei dela, mas finalmente, a instalação começou a ser feita no Morro Santana.

Em 1971, no terceiro ano da Física, eu já estava indo para lá, observando com o telescópio ainda sem nenhum periférico, e antes da inauguração.

Em 1972, chegaram os astrônomos Federico Strauss e Zulema Abraham, vindos dos Estados Unidos. Como foram os contatos para sua vinda eu não sei, já que eu era ainda estudante de graduação, mas certamente o Edemundo da Rocha Vieira, nosso primeiro astrofísico, fez isto, já que da parte da Direção do Observatório não havia interesse em tal renovação de pessoal. Aliás, logo começaram algumas tensões, pois o impulso científico do Federico e da Zulema chocava-se com a visão de repartição pública da direção do Observatório. Lembro-me da dificuldade que foi obter a cedência de algumas peças de mecânica fina para instalar no telescópio do Morro, em especial um micrômetro que, adaptado à luneta buscadora do telescópio, e mediante calibração que fizemos, permitiu medir as dimensões angulares de astros.

Enquanto isso, o Edemundo recebia a visita de um pesquisador argentino, o Prof. Wolfgang Pöppel, seu colaborador durante o doutorado feito em Buenos Aires. Em 1971 foi publicado o primeiro artigo científico em Astrofísica, em revista internacional, assinado por um pesquisador da UFRGS. A colaboração com pesquisadores argentinos continuava, com as visitas do Prof. Alejandro Feinstein, da Universidad Nacional de La Plata, que ministrava cursos de pós-graduação.

Em 1974, já formado, fui convidado pelo Edemundo a participar do concurso para professor auxiliar no Departamento de Astronomia. Para uma vaga, havia três candidatos: como recém-formados, eu e o Luiz Orlando de Quadros Peduzzi, atualmente professor na Física da UFSC, e um doutor em Física (Ildon Guilherme Borchardt).

A banca era o Edemundo, o Federico e o Haertel. Tirei o segundo lugar, e como o Ildon não assumiu, em junho de 1975 fui chamado e assumi, tendo que me demitir da docência na Física da UFSC, onde havia entrado por concurso em 1974.

Ainda em 1974 comecei a observar no Morro Santana, desta vez em caráter científico, sob a orientação do Federico. Fazíamos observações de galáxias (entre as quais NGC1068) e de ocultações de estrelas por asteróides e por satélites de planetas. Uma das primeiras comunicações internacionais de observações no Morro Santana (se não a primeira) foi reportando a observação da ocultação de uma estrela por Iapetus, satélite de Saturno, publicadas na Circular da IAU 296, em 1976. Aliás, a observação de ocultações continua, ainda hoje, a ser um nicho muito válido para observatórios com pequenos telescópios, dotados de fotômetros razoavelmente rápidos. Os resultados de tais observações são importantes e conduzem a publicações em revistas internacionais. O Federico perseverava nas observações, e o primeiro artigo internacional reportando resultados de observações na UFRGS saiu em 1977.

  1. Cientista amador
  2. Turma 1969
  3. Defenestração no Observatório Astronômico
  4. O Observatório do Morro Santana
  5. O fotômetro fotoelétrico
  6. A primeira dissertação de mestrado
  7. Miriani Pastoriza, Professora Titular e outras lembranças
  8. Referências bibliográfica

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