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O curso de Marcus Zwanziger
Lendo o depoimento do Professor Marcus Zwanziger, senti-me compelido a expor minhas próprias memórias. Meu objetivo é o
mesmo dele, por isso transcrevo suas palavras:
“O ideal – inatingível – é um relato pessoal que não ofenda ninguém e ofereça uma impressão geral realista do que foi a época vivida pelo autor” (o grifo é meu).
Acometem-me também os mesmos temores seus. Mas desisto de descrevê-los eu mesmo, rendo-me à lucidez do Marcus e
novamente plagio o seu texto:
“Memórias, cujos personagens ainda vivem e certamente terão lembranças e pontos de vista diferentes sobre eventos compartilhados comigo, são um tanto perigosas de escrever. Erros lançados em papel são geralmente irretratáveis e fatais para a
reputação do autor e seus relacionamentos, para isso foram inventados editores e referees. As vinhetas abaixo são minha
tentativa de caminhar sobre o fio da navalha, pelo que antecipo desculpas por deslizes, omissões ou pisadas em calos delicados,
com direito a correções e corretivos por parte de vítimas não intencionais.”
Antes de abordar minhas próprias lembranças, quero reafirmar a importância do curso de Física do Estado Sólido que o
Marcus nos ministrou. Para isto, nada melhor do que grifar outra frase sua: “Em 1967 formalizou-se a seita do ES que já existia
incipiente no IF, mas ainda não tinha acólitos vocais e influentes, nem templos monumentais.” Mas ouso retificar um detalhe do
seu relato: de início, usávamos como texto um exemplar da segunda edição do Kittel. Quem primeiro trouxe a Porto Alegre um Kittel terceira edição fui eu, após uma visita ocasional a uma livraria em São Paulo. Este livro, como o anterior, “circulava pelos alunos em prestações horárias” (novamente, palavras do Marcus...), tanto que, quando a Biblioteca, já encerrado o curso, finalmente recebeu o seu exemplar, a bibliotecária de então (seria a Lair Hubert?) trocou o meu surrado pelo novo recém chegado.
O primeiro Kittel terceira edição não existe mais, como também não existe o segunda edição. Devem ter sido descartados pelo estado de conservação. A fotografia ao lado é de um terceira edição, registrado na biblioteca em maio de 1967. Bem que os solidistas pioneiros poderiam resgatá-lo e expô-lo em
uma redoma como símbolo de uma virada histórica no IF... |
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- A safra 67 de professores do IF
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PS: Nomes completos e fotografias das pessoas mencionadas estão na Galeria Dionisio ou na Galeria Zwanziger.
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