Sítio do IF

Se houver alguma informação equivocada (data, título de evento ou nome de pessoas), ou em falta, por favor entre em contato.  

 

Index

Programação

Crônicas & depoimentos

Iconografia

Documentos históricos

IF 45 anos

Mapa do portal

Créditos

A safra 67 de professores do IF

Retomemos o fio do meu relato. Em 1966, bacharelamo-nos o Artêmio Scalabrin, a Elisa Maria Baggio, o Henrique Saitovitch, o Jorge Humberto Nicola, o Mário Eduardo Vieira da Costa e eu. A regra, na época, era todos os novos bacharéis serem
imediatamente contratados como professores e incorporados ao Departamento de Física do IF. Mas o Artêmio decidiu ir para a Universidade Federal de São Carlos, onde o Professor Sérgio Mascarenhas liderava o estabelecimento de um novo e promissor
instituto de pesquisas. O Mário migrara para o Rio de Janeiro e viera a Porto Alegre apenas para a colação de grau.

Em compensação, juntou-se a nós o Eliermes Arraes Menezes, um maranhense graduado em Brasília que viera a Porto Alegre com a intenção de aqui obter seu mestrado. E havia ainda o Jurgen Rochol, engenheiro eletrônico recém formado, contratado pelo IF e integrado, se não me falha a memória, ao Departamento de Eletrotécnica da Escola de Engenharia. Assim, o Eliermes, a Elisa, o
Henrique, o Jurgen, o Nicola e eu constituímos um grupo a que se poderia denominar “a safra 67 de professores do IF”.

A imagem ao lado foi retirada do Plano de Atividades da Divisão de Ensino para o ano de 1967 (clique na imagem para ampliá-la).

clique para ampliar

Na época, o diretor do IF era o Professor David Mesquita da Cunha e as divisões de Física Teórica, Física Experimental e Ensino eram chefiadas, respectivamente, pelos professores Gerhard Jacob, Darci Dillenburg e Victória Herscovitz. Em 1967, o IF começou a negociar um convênio milionário com o BNDE. Haveria muita verba para instalações, equipamentos, materiais, pessoal etc etc. Fazia parte do convênio a instalação formal de uma Escola de Pós-Graduação, com cursos regulares de
mestrado e doutorado e haveria também verba para custear estudantes bolsistas. Mas havia um problema: a Escola não tinha uma nominata de estudantes candidatos a tais bolsas. A safra de professores de 67 foi então convocada.

O que houve, basicamente, foi o fim do ciclo das contratações imediatas. A partir de então, os bacharéis passariam pela PG e só seriam contratados após completarem no mínimo o mestrado. O que causou espécie, no entanto, foi a inclusão do nosso
grupo na nova regra. Fomos instados a pedir demissão de nosso emprego e aceitar a bolsa de pós graduação.

Após um ciclo de reuniões em que nem nossos argumentos, nem nossos lamentos demoveram a administração do IF, saí pelo Brasil como uma espécie de embaixador do grupo em busca de empregos. Na USP, encontrei receptividade, tanto que cheguei a ter em mãos um contrato (que decidi não assinar) para trabalhar com o Professor Ernest Hamburger. Em São Carlos, o Professor Sérgio Mascarenhas disse que contrataria tantos quantos para lá quisessem ir, desde que apresentassem uma carta assinada pelo Professor Gerhard (de quem era colega no Conselho do CNPq), declarando que não fariam falta ao projeto de desenvolvimento em curso no IF-UFRGS. No CBPF, o Professor Jacques Danon foi enfático: “Venham todos, venham logo, precisamos de muita gente aqui”.

A exigência do Professor Mascarenhas sempre nos pareceu absurda. Hoje, sob a perspectiva do tempo, vejo que pode ser justificada. Ele e o Gerhard estavam empenhados cada um em desenvolver um grande centro de pesquisas. Eram, portanto, concorrentes. Mas eram ambos conselheiros do CNPq e tinham responsabilidades sobre a Física em âmbito nacional. Tratou-se, portanto, de uma atitude essencialmente profissional e ética.

  1. O curso de Marcus Zwanziger
  2. A safra 67 de professores do IF

PS: Nomes completos e fotografias das pessoas mencionadas estão na Galeria Dionisio ou na Galeria Zwanziger.


mec capes cnpq finep fapergs

© 2008 Instituto de Física - UFRGS
C.P. 15051, Campus do Vale
91501-970 Porto Alegre RS, BRASIL