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A debandada de uns e a permanência de outros

Elisa e Henrique atenderam à conclamação do Danon. Casaram-se e foram assumir suas posições no CBPF. Eliermes e Nicola resolveram ir embora, mas só depois de completarem o mestrado. Com efeito, em breve transferiram-se para a UNICAMP. Não sei como se acomodou a situação do Jurgen, pois ele era da ala dos eletrônicos.

A mudança da política de contratações do IF impactou também as turmas de bacharéis que vinham depois de nós, na medida em que todos esperavam obter emprego logo após a graduação. A Vera Beatriz Peixoto de Freitas, da turma logo a seguir, avaliou como positivo o relato que fiz sobre o projeto de São Carlos, pegou sua carta de alforria e foi apresentar-se ao Professor Mascarenhas. Mas, a bem da verdade, devo dizer que, dentre suas razões, ela minimizava a mencionada reversão de expectativa.

Quanto a mim, de início fiz o que me pediram. Lá por outubro de 1968, demiti-me do emprego e aceitei a bolsa de mestrado. Mas em seguida pleiteei e obtive uma vaga em um grupo que foi contratado em março de 1969, expressamente para dar as aulas de
Física nos cursos de Engenharia e que ficou alocado no Departamento de Física e Matemática daquela faculdade. Faziam parte também desse grupo, entre outros, o Bernardo Buchweitz, o Carlos Ernesto Levandowski, o Luiz Fernando Fava, o Mário Costa (que, assim, retornava a Porto Alegre) e o Walter Laier. Pouco tempo depois, no bojo da Reforma Universitária, o IF virou Instituto Central, o meu departamento foi extinto e, quando dei por mim, estava de volta ao IF e ao seu Departamento de Física.

A transferência dos antigos professores de Física da Escola de Engenharia para o Departamento de Física do IF (eu entre eles) não se fez sem alguns desconfortos. O caso mais dramático foi o do Professor Rui Pinto Siecowicz, o primeiro na linha de
sucessão do catedrático de Física II, cuja aposentadoria compulsória ocorreria em 1969.

Como a implementação da Reforma Universitária e a conseqüente extinção da cátedra ocorreria só dali a uns dois anos, havia um interregno durante o qual o Prof.
Rui poderia exercê-la. Mas a Reforma foi antecipada no IF. Aposentado o catedrático, a cátedra e a administração da cadeira foram de imediato assumidas pelo IF, até que se consumasse a extinção. O Prof. Rui teve de conformar-se: encerrou sua carreira
como um obscuro professor de algum departamento da Escola de Engenharia, não lembro mais qual.

Este é o relato de alguém que viveu os anos decisivos, quando o IF-UFRGS esforçava-se por soerguer-se sobre a planície e assumir sua posição de relevo no Brasil e no mundo. Mais por preguiça do que por modéstia, deixo de destacar a minha própria
contribuição. Se ela de fato houve, outros saberão reconhecê-la. Encerro renovando o primeiro dos agradecimentos que fiz constar na primeira página de minha tese de doutorado, apresentada em 1986. Creio que ele define bem minha relação com o IF, depois de tudo o que passamos juntos:

“Meus sinceros agradecimentos a todos quantos, por seu elevado espírito científico e sua aguçada consciência profissional, às custas de sacrifício pessoal e vencendo barreiras quase intransponíveis, têm conseguido fazer com que esta continue a ser uma instituição de pesquisa, de tal forma que me foi possível, em dado momento da vida, simplesmente decidir-me por completar a minha formação acadêmica.”

 

  1. O curso de Marcus Zwanziger
  2. A safra 67 de professores do IF
  3. A debandada de uns e a permanência de outros

PS: Nomes completos e fotografias das pessoas mencionadas estão na Galeria Dionisio ou na Galeria Zwanziger.


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