Espera-se que os estudantes, quando tiverem alguma dúvida sobre algum dos critérios do protocolo de avaliação, consultem o documento contendo as diretrizes para a confecção de relatórios experimentais. A expectativa é que as análises apresentadas pelo professor nos protocolos de avaliação possibilitarão que os estudantes direcionem seus esforços tanto durante as investigações realizadas nos episódios de modelagem posteriores quanto durante a confecção dos relatórios experimentais dessas investigações.

Não é esperado que a avaliação da aprendizagem dos estudantes seja restrita à correção dos relatórios experimentais. As discussões finais favorecem a constituição de um ambiente frutífero para a avaliação:

  1. i)das competências dos estudantes para explicitar ideias na forma oral, possibilitando que o professor auxilie os alunos em suas dificuldades para apresentar com clareza o delineamento, a execução e as conclusões das suas investigações;

  2. ii)das concepções dos estudantes sobre a natureza da Ciência, possibilitando que o professor promova debates explícitos sobre o processo de modelagem científica com o intuito de dar oportunidade para que os alunos evoluam em suas concepções epistemológicas.

Para isso, é fundamental que o professor promova nas discussões finais um ambiente de respeito, liberdade e colaboração entre os estudantes para que eles sintam-se à vontade para expor suas ideias sem constrangimentos, possibilitando a negociação de significados.

Avaliação

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No protocolo de avaliação é apresentada uma tabela com três colunas. Na primeira delas, são apresentados os aspectos dos relatório aos quais os critérios de avaliação se referem. Na segunda, são expostos os critérios de avaliação. A última é reservada para que o professor avalie os relatórios em três níveis usando os seguintes símbolos: ✓, ½, e ✗, conforme considerar que o critério foi bem, medianamente ou mal atendido no relatório avaliado, respectivamente. No final do protocolo, que é exposto abaixo, é reservado ainda um espaço para que o professor faça comentários ressaltando os aspectos positivos e as deficiências mais marcantes dos relatórios.

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Segundo Valadares e Graça (1998 apud Moreira, 2003), é um princípio da avaliação da aprendizagem a concepção de que ela deve ser coerente com os objetivos e com os procedimentos de ensino. Focados nisso, optamos por construir um instrumento de avaliação adequado para os episódios de modelagem frente aos objetivos de aprendizagem traçados para eles (veja em “Sobre a proposta”). Nesse processo, nos centramos também em outro princípio de avaliação apresentado por Valadares e Graça (idem): a avaliação deve facilitar a regulação dos processos de aprendizagem. Essa regulação depende do uso de uma série de conhecimentos metacognitivos que possibilitam que o estudante controle suas ações com o intuito de alcançar um objetivo pré-estabelecido. Frente a isso, optamos por construir um protocolo de avaliação para os relatórios experimentais produzidos pelos estudantes nos episódios de modelagem. Tal escolha foi baseada em resultados de pesquisa que evidenciam que “rubrics”, como os protocolos de avaliação são conhecidos mundialmente, possibilitam que os estudantes desenvolvam conhecimentos metacognitivos (para uma revisão da literatura, veja Panadero & Jonsson, 2013). Esses estudos mostram que a ciência dos itens sob os quais serão avaliados possibilita que os estudantes regulem suas cognições com vistas a alcançar os objetivos estabelecidos.

É previsto que, antes do primeiro episódio de modelagem, o professor comunique aos estudantes que, ao final das atividades, será solicitada a confecção de um relatório experimental. É comunicado também que, para a construção desse relatório, os estudantes contarão com dois documentos contendo:

  1. i)um conjunto de diretrizes para a elaboração de relatórios experimentais e

  2. ii)uma tabela contendo os critérios de avaliação que serão utilizados na correção dos seus relatórios, ou seja, um protocolo de avaliação.

Esses dois documentos foram confeccionados com base nos objetivos de aprendizagem dos episódios de modelagem expostos em “Sobre a proposta”.

Nas diretrizes para a elaboração de relatórios experimentais, que são apresentadas abaixo, são expostos trechos que exemplificam informações que precisam ser apresentadas em relatórios experimentais. Mais do que apresentar uma estrutura rígida, o propósito do documento é nortear os estudantes para a construção das seus próprios relatórios experimentais.

Moreira, M. A. (2003). Avaliação da Aprendizagem. Texto produzido para a disciplina de pós-graduação “Bases Teóricas e Metodológicas para o Ensino Superior”, IF/UFRGS.

Panadero, E.; Jonsson, A. (2013). The use of scoring rubrics for formative assessment purposesrevisited: a review. Educational Research Review, 9.

Referências