Juntando as duas equações acima, temos:
t0 = 1/H0 = idade do universo
O Princípio Cosmológico:
O Universo é HOMOGÊNEO e ISOTRÓPICO.
homogeneidade: não existe lugar especial no universo
(em larga escala, a distribuição de galáxias é uniforme)
isotropia: não existe direção especial no universo.
A aparência do universo é a mesma, em qualquer direção, para qualquer observador.
O Paradoxo de Olbers:
Por que o céu é escuro à noite?
Num universo uniformemente populado com galáxias cheias de estrelas, que seja
- homogêneo, isotrópico e
- infinito e invariável no espaço e no tempo ...
Como o número de estrelas em uma certa região em torno da Terra aumenta com o raio da região na mesma proporção em que o tamanho angular da estrela diminui com o raio da região (n.o de estrela ∝ raio2, tamanho angular ∝ raio-2),
O céu deveria ser totalmente coberto de estrelas, sem espaços entre elas....
- A linha de visada interceptaria uma estrela em qualquer direção que se olhasse!
Considerando que as estrelas têm, em média, o mesmo tamanho e a mesma luminosidade do Sol, então
-
qualquer parte do céu seria tão brilhante quanto o sol!
Conclusão:
Mantendo o princípio cosmológico, então o universo
- não é infinito no espaço,
- ou não é infinito no tempo
- ou nenhum dos dois!
Solução do paradoxo:
O universo não é infinito no tempo.
Mesmo se o universo fosse infinito no espaço, como a luz tem uma
velocidade
finita, a luz das estrelas mais distantes do que (idade do universo x a
velocidade da luz)
não teria tipo tempo de chegar até nós.
Que tamanho o universo teria de ter para o céu ser tão brilhante quanto a superfície do Sol?
- Quantidade de "sóis" necessários para encher o céu
A área angular do céu é a área que subtende o ângulo sólido de 4 π radianos;
Lembrando que um ângulo sólido ω é definido como ω = área/r2, a área correspondente ao ângulo de 4 π é
4π (1 rad) 2
Lembrando ainda que 1 rad = 360 °/2π = 57,3 °;
4π (1 rad)2 = 4πx (57,3 °)2 = 40807°2.
O tamanho angular do disco solar no céu é 2π(0,25°)2 = (0,4 °)2
Logo seriam necessários 40807/0,4 = 102017 discos solares para encher o céu.
- Fluxo correspondente
O fluxo total correspondente seria o fluxo de 102017 sóis à distância de 1 unidade astronômica; como fluxo = luminosidade/4πr2, passando unidade astronômica para anos-luz isso dá
fluxo total = 3x1013 sóis/(ano-luz)2
- Densidade de estrelas na vizinhança solar:
Considerando a distância média entre as estrelas como a distância da estrela mais próxima do Sol, que é 4 anos-luz, a densidade de estrelas na vizinhança solar é 1 estrelas/(4/3)π(4anos-luz)3 = 0,004 estrelas/(ano-luz)3; assumindo que elas são similares ao sol, temos 0,004 sóis/(ano-luz)3
- Raio da esfera que contém tantos "sóis" tal que o fluxo total na Terra seja o de 3x1013 sóis/(ano-luz)2:
0,004 sóis/(ano-luz)3 x R = 3x1013 sóis/(ano-luz)2
R = 7,5 x1015 anos-luz
Se o universo tivesse esse tamanho e idade suficiente para vermos as estrelas mais distante, então o céu seria tão brilhante quanto a superfície do Sol; como o universo tem apenas 13 bilhões de anos, mesmo que ele tivesse um raio de 7,5 x1015 anos-luz, não poderíamos ver as estrelas mais distantes porque sua luz não teria chegado até nós, o que impediria que ele se tornasse brilhante.