Um abraço gaúcho: a correspondência entre Guido Beck, Gerhard Jacob e Darcy Dillenburg e a organização da física no extremo sul do Brasil

Antonio Augusto Passos Videira (UERJ)

O físico austríaco Guido Beck (1903-1988), após em 1943, ano em que se radicou no continente sul-americano, tomou a decisão de contribuir, na medida de suas forças para a organização de um sistema universitário que permitisse a realização de pesquisas em nível condizente com aquele praticado nos mais importantes centros de pesquisa internacionais. Em 1951, Beck radicou-se no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, vindo de Córdoba, onde permaneceu por oito anos. Apesar de já conhecer relativamente bem, a comunidade nascente de físicos brasileiros, Beck, a partir da cidade do Rio de Janeiro, pôde intensificar as suas ações. A partir do final dos anos 1950 e durante a década seguinte, Beck procurou contribuir para os esforços realizados por dois físicos radicados em Porto Alegre para aí construírem um pólo científico relevante. Esses esforços, ao menos, em parte, estão registrados nas cartas que Beck trocou com Darcy Dillenburg e Gerhard Jacob e que se encontram preservadas no CBPF. Neste colóquio, procuraremos descrever esses esforços, recuperando, de modo a contextualizá-los, alguns dos eventos científicos e políticos importantes do período em questão. O nosso objetivo é, em última instância, contribuir modestamente para a história da física no Rio Grande do Sul.