Um
modelo para mapeamento conceitual
A figura 1 mostra um modelo
simplificado para fazer um mapa conceitual, tomando como base o princípio
ausubeliano (Ausubel, 1980) da diferenciação conceitual progressiva. Neste
modelo, os conceitos mais gerais e inclusivos aparecem na parte bem superior do
mapa. Prosseguindo, de cima para baixo no eixo vertical, de outros conceitos
aparecem em ordem descendente de generalidade e inclusividade até que, ao pé
do mapa, chega-se aos conceitos mais específicos. Exemplos também podem
aparecer na base do mapa. Linhas que conectam conceitos sugerem relações entre
os mesmos.
Este modelo propões uma hierarquia
vertical, de cima para baixo, indicando relações de subordinação entre
conceitos. Conceitos que englobam outros conceitos aparecem no topo, conceitos
que são englobados por vários outros aparecem na base do mapa. Conceitos com
aproximadamente o mesmo nível de generalidade e inclusividade aparecem na mesma
posição vertical. O fato de que diferentes conceitos possam aparecer na mesma
posição vertical, dá ao mapa sua dimensão horizontal. Ou seja, nos eixo das
abscissas os conceitos são colocados de tal forma que fiquem mais próximos
daqueles que se constituem em diferenciação imediata de um mesmo conceito
superordenado, enquanto os que o diferenciam mais remotamente ficam mais
afastados na dimensão horizontal. na prática, se dá prioridade ao ordenamento
hierárquico vertical; por esta razão, nem sempre é possível mostrar as
relações horizontais desejadas. Assim, o eixo horizontal deve ser interpretado
como menos estruturado, enquanto que o vertical deve refletir bem o graus de
inclusividade dos conceitos (Roswell, 1978).
As figuras
2,3,4 e 5 mostram mapas conceituais construídos de acordo com o modelo
proposto. A figura 2 é um mapa para "forças"; o conceito geral de
força está no topo do mapa, diferentes tipos de forças estão em um nível
intermediário e exemplos específicos de forças estão ao pé do mapa
(Moreira, 1977, 1979). A figura 3 apresenta um mapa para "campos"; o
conceito geral de campo aparece na parte mais superior do diagrama, diferentes
tipos de campos estão situados em posições intermediárias e exemplos
específicos de campos aparecem na base da figura. Além disso, no canto
superior esquerdo aparece o conceito de força (que deu origem ao mapa da figura
2), o qual está intimamente ligado ao conceito de campo através da idéia de
"ação a distância" (Moreira, 1977, 1980). As figuras 4 e 5, por sua
vez, mostram, respectivamente, um mapa para forças (interações) de um ponto
de vista mais contemporâneo (Moreira, 1990) e um mapa conceitual para
partículas elementares (Moreira, 1989).
Os mapas
apresentados nestas figuras são bastante específicos, pois enfocam apenas um
conceito. Nas seções seguintes, serão dados exemplos de mapas mais
abrangentes. Serão também mostrados mapas conceituais que não foram
construídos segundo o modelo da figura 1, uma vez que ele não é o único e
que não existem regras fixas a serem observadas na construção de um mapa de
conceitos.
Uso
dos mapas conceituais
De um modo
geral , mapas conceituais podem ser usados como instrumentos de ensino
e/ou de aprendizagem. Além disso, podem também ser utilizados como
auxiliares na análise e planejamento do currículo (stewart et al.,
1979), particularmente na análise do conteúdo curricular. Todavia, em cada um
destes usos, mapas conceituais podem ser sempre interpretados como instrumentos
para "negociar significados". Nas secções seguintes serão
discutidas todas estas possibilidades de utilização dos mapas conceituais.