CREF
Laboratório de Ensino a Distância |
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Programa de Aperfeiçoamento e Atualização para Professores de Física do Ensino Médio |
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Resumo: Um aumento do número de matrículas da ordem de 10% ao ano é um dos principais fatores a impor a necessidade de redimensionamento dos programas de formação e atualização de professores, adequando-os às novas orientações e recomendações definidas na LDB, nas DCEM e nos PCNEM e a incorporação das TICs aos processos de ensino e aprendizagem com uma adequação do ensino às necessidades do desenvolvimento econômico e social do País. No RS temos cerca de 1500 professores de Física em escolas públicas, dos quais 20% não são licenciados em Física. O objetivo deste projeto é propiciar uma atualização dos professores em relação aos princípios norteadores da física para o novo ensino médio, especificamente abordando conteúdos atuais com metodologias inovadoras; facilitando a inserção de novas tecnologias no ensino de Física na escola, através da disponibilização de material instrucional adequado e da preparação de professores para bem utilizá-los; criando um canal permanente de interação destes professores com a equipe do PROCIÊNCIAS, que lhes permita um processo continuado de atualização e crescimento profissional, preparando professores que atuarão como agentes multiplicadores de uma nova escola.
Introdução: O
acelerado crescimento do ensino médio é fenômeno recente no Brasil.
No período entre 1990 e 1998 a matrícula neste nível quase duplicou,
passando de 3,5 para 6,9 milhões de alunos; em 1999 o aumento de
matrícula foi da ordem de 11%. No Rio Grande do Sul, com recursos do
Convênio MEC/BID, o governo do Estado está respondendo ao rápido
crescimento da demanda por ensino médio mediante a criação, entre
1999 e 2000, de 110 novas escolas, com 100.000 vagas adicionais. Em
2001, o Conselho Estadual de Educação (CEED) autorizou o funcionamento
de 39 novas escolas. A expansão que se verifica está ligada a dois
fatores: a) quase 92% das crianças do País na faixa de 7 a 14 anos
estão hoje matriculadas no ensino fundamental, cuja eficiência interna
aumentou com o decréscimo da taxa de repetência, do índice de evasão
e da distorção idade/série; b) jovens já inseridos no mercado de
trabalho buscam nível mais alto de educação para manter e melhorar as
condições de empregabilidade. Tal
quadro exige obviamente grandes investimentos e transformações para
proporcionar adequada expansão de oferta com garantia de qualidade, e envolve necessariamente:
As
disciplinas de Ciências (Física, Química, Biologia) e Matemática
representam um desafio particularmente difícil nesse contexto de
expansão. Em primeiro lugar, elas são essenciais à plena
participação dos cidadãos não só nos benefícios, como também nas
decisões éticas e políticas associadas à ciência, relacionadas com
saúde, meio ambiente e produção de bens materiais, que integram a
vida no mundo de hoje. Por outro lado, sendo disciplinas já
tradicionalmente deficitárias em número e qualificação de docentes
(especialmente em Física), o problema da formação de professores
assume proporções ainda maiores na atual conjuntura de demanda em
forte ascensão. A formação continuada e em serviço de professores do ensino médio tem merecido amplo incentivo do MEC/CAPES, quer através da realização de várias edições do programa PROCIÊNCIAS, quer do programa TV Escola. O programa TV Escola, que se constitui em recurso de educação a distância de grande potencial, poderia ser melhor aproveitado a partir de um treinamento adequado dos professores. Os
instrumentos das modernas tecnologias de comunicação e de informática
desempenharão certamente papel importante no encaminhamento de
soluções para a qualificação do grande número de professores que se
faz necessário. A
par disso o MEC através da Secretaria de Educação a Distância (SEED)
instituiu em 1997 o programa ProInfo [3], que visa à introdução das
Novas Tecnologias de Informação e Comunicação na escola pública
como ferramenta de apoio ao processo de ensino-aprendizagem. Nos
Estados, o programa ProInfo tem como principal instrumento multiplicador
os Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE), que são estruturas
descentralizadas de apoio ao processo de informatização das escolas. Nesse
sentido vale considerar que, com os amplos recursos disponibilizados
pelo Fundo de Universalização dos Serviços Telefônicos (FUST), no
âmbito do ProInfo, a meta divulgada pelo governo federal para
informatização do ensino médio no Rio Grande do Sul, no biênio
2001-2002, é conectar à Internet 743 escolas de 399 municípios. Como
espelho do programa ProInfo no Estado, a SEC/RS lançou, em 28/05/2001,
o projeto Rede Escolar Livre. Através deste projeto a SEC/RS pretende
viabilizar o uso da Informática nas escolas públicas estaduais. A
iniciativa atingiria 2.200 escolas estaduais até julho de 2002,
resultando em cerca de 20.000 computadores ligados em rede. Ao final de
2002 é esperado um total de 30.330 microcomputadores instalados em
cerca de 3.000 escolas [4]. Entretanto, o grande contingente de
professores não dispõe, pessoalmente, de facilidades computacionais e
mesmo quando disponível na escola, a maior parte dos professores não
lançará mão destes recursos devido ao despreparo e falta de
habilidade neste setor. As razões alegadas, muitas vezes justas, são
de que não dispõem de condições para aprender a utilizá-los.
Certamente as IES com experiência em ensino e pesquisa e na formação
de professores para o ensino médio, terão neste processo
contribuição importante e imprescindível para o seu sucesso. Num
programa de formação continuada como pretendemos oferecer, novas
tecnologias de informação e comunicação permearão todas as
disciplinas, dando-se ênfase à transposição didática.
No Rio
Grande do Sul há aproximadamente 1500 professores de Física atuando no
ensino médio, destes da ordem de 20% não são licenciados em Física,
tendo formação em outras áreas. Nas edições do programa
PROCIÊNCIAS/CAPES/FAPERGS anteriores ao atual foram capacitados cerca
de 1000 professores de Física. Observe-se que nas edições anteriores
do programa o foco não era centrado na incorporação das novas
tecnologias de informática e comunicação aos processos de ensino e
aprendizagem, podendo, portanto, ser considerado como público alvo para
a presente proposta todo o grupo de professores de Física que atuam no
ensino médio no estado. O
presente projeto será executado no âmbito do Centro de Referência
para o Ensino de Física (CREF) [5],
do Instituto de Física da UFRGS. O CREF tem a missão de: Realizar
e apoiar estudos, pesquisas e ações voltadas para a excelência e a
disseminação do ensino de Física em todos os níveis, valendo-se da
experiência nacional e internacional em melhoria do ensino, das novas
tecnologias de comunicação e informação que a instrumentalizam e do
potencial da Internet para sua difusão. Ele
ocupa
área de 500 m2 no Prédio 43135 no Campus do Vale,
disponibilizada através de recursos da própria Universidade, da CAPES
e da SESu, e está dedicado a promover de forma sistemática,
institucional e permanente, o cultivo da excelência no ensino de
Física na UFRGS e em todo o Estado. Para o desempenho dessa missão, o
CREF procura articular-se com Unidades da própria Universidade,
Departamentos de Física de outras instituições de ensino superior,
Secretaria de Educação e suas Delegacias, professores dos vários
sistemas de ensino, escolas e alunos, e o público em geral, buscando
estratégias para o uso apropriado da informática e de tecnologias de
comunicação como instrumentos de apoio à melhoria e à difusão do
ensino de Física. O
CREF insere-se num Instituto que alia à excelência na pesquisa, uma
longa e qualificada atuação nas áreas de licenciatura e de educação
continuada de professores. Em nível de Graduação o
Curso de Licenciatura em Física passou por uma reforma curricular
implementada a partir de 1998, e que deverá ser complementada em breve
para se adequar às novas Diretrizes Curriculares para a Licenciatura. A
partir do segundo semestre de 2000 foi criado o Curso Noturno de
Licenciatura em Física, com 30 novas vagas. Estas vagas somaram-se às
24 novas vagas existentes a partir do vestibular de 1999 para ingresso
no Curso de Física (bacharelado e licenciatura diurnos), aumentando de
86 para 110 o número de novos ingressos no Curso de Física diurno. A
pós-graduação stricto sensu em
Física foi iniciada no nosso Instituto em 1968 e, desde essa época,
Ensino de Física é uma das áreas de concentração do Mestrado em
Física. Nesse sentido, o Instituto ofereceu o primeiro Mestrado em
Ensino de Física do Brasil, formou o primeiro mestre do país nessa
área, em 1971, e nela tem atuado ininterruptamente desde então, tendo
sido concluídas até o presente 36 dissertações de mestrado e 3 teses
de doutorado. Tudo isso indica que o Instituto teve, e continua tendo,
uma ação pioneira e decisiva, em nível nacional, no que se refere ao
mestrado acadêmico em Ensino de Física. Presentemente, o Instituto
está propondo a criação do Programa de Mestrado Profissional em
Ensino de Física com início previsto para o primeiro semestre de 2002
com uma oferta de 20 vagas. Anualmente
são realizados encontros e cursos de atualização dedicados a
professores de Física do Estado; em vários desses eventos foram
apresentados conjuntos para laboratório, desenvolvidos no Instituto e
disponibilizados por empréstimo para uso nas escolas. O Boletim do
Grupo de Ensino de Física [6]
é distribuído semestralmente desde 1992 a mais de duzentos professores
cadastrados. A cada ano são realizados Cursos de Física para alunos do
Ensino Médio, no primeiro e segundo semestre, com duas turmas de 25
alunos cada um, que se constituem também em atividade de estágio para
os licenciandos. Desde a implantação do PROCIÊNCIAS/CAPES/FAPERGS em
1996, o Instituto já ministrou quatro cursos de atualização para
professores de Física do ensino médio, com mais de 120 horas-aula e 30
professores-alunos cada um, sendo três em Porto Alegre e um na URCAMP,
em São Gabriel. Na realização deste último foi utilizado o
Observatório Educativo Itinerante (OEI) [7],
do Departamento de Astronomia, que oferece cursos, na modalidade
interinstitucional, de atualização em Astronomia e Física para
professores de ensino fundamental ou médio. A
comissão organizadora foi estruturada para incluir professores com
experiência na formação continuada de professores. Dentre a
experiência da comissão organizadora, salientamos:
Última atualização:
9/9/2002 |