CREF
desde dez/2000

 

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APRESENTAÇÃO

OBJETIVOS

PROJETOS

Laboratório de Ensino a Distância

Laboratório de Experimentação Remota

PROCIÊNCIAS

CONTATO

 

 Programa de Aperfeiçoamento e Atualização para Professores de Física do Ensino Médio

Introdução Equipe Metas Metodologia
Infra-estrutura Disciplinas Seleção e avaliação Calendário proposto
Interação com escolas Indicadores de Resultados Bibliografia Principal
PROCIENCIAS/CAPES CREF Instituto de Física UFRGS

 

Resumo:  

Um aumento do número de matrículas da ordem de 10% ao ano é um dos principais fatores a impor a necessidade de redimensionamento dos programas de formação e atualização de professores, adequando-os às novas orientações e recomendações definidas na LDB, nas DCEM e nos PCNEM e a incorporação das TICs aos processos de ensino e aprendizagem com uma adequação do ensino às necessidades do desenvolvimento econômico e social do País. No RS temos cerca de 1500 professores de Física em escolas públicas, dos quais 20% não são licenciados em Física. O objetivo deste projeto é propiciar uma atualização dos professores em relação aos princípios norteadores da física para o novo ensino médio, especificamente abordando conteúdos atuais com metodologias inovadoras; facilitando a inserção de novas tecnologias no ensino de Física na escola, através da disponibilização de material instrucional adequado e da preparação de professores para bem utilizá-los; criando um canal permanente de interação destes professores com a equipe do PROCIÊNCIAS, que lhes permita um processo continuado de atualização e crescimento profissional, preparando professores que atuarão como agentes multiplicadores de uma nova escola.

 

Introdução:

O acelerado crescimento do ensino médio é fenômeno recente no Brasil. No período entre 1990 e 1998 a matrícula neste nível quase duplicou, passando de 3,5 para 6,9 milhões de alunos; em 1999 o aumento de matrícula foi da ordem de 11%. No Rio Grande do Sul, com recursos do Convênio MEC/BID, o governo do Estado está respondendo ao rápido crescimento da demanda por ensino médio mediante a criação, entre 1999 e 2000, de 110 novas escolas, com 100.000 vagas adicionais. Em 2001, o Conselho Estadual de Educação (CEED) autorizou o funcionamento de 39 novas escolas. A expansão que se verifica está ligada a dois fatores: a) quase 92% das crianças do País na faixa de 7 a 14 anos estão hoje matriculadas no ensino fundamental, cuja eficiência interna aumentou com o decréscimo da taxa de repetência, do índice de evasão e da distorção idade/série; b) jovens já inseridos no mercado de trabalho buscam nível mais alto de educação para manter e melhorar as condições de empregabilidade.

Tal quadro exige obviamente grandes investimentos e transformações para proporcionar adequada expansão de oferta com garantia de qualidade, e  envolve necessariamente:

  1. ampliação da infra-estrutura física;

  2.  novo dimensionamento dos programas de formação e atualização de professores e outros profissionais da educação, adequando-os também às novas orientações e recomendações definidas na LDB, nas Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio [1] e nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio [2];

  3.  incorporação das novas tecnologias de informática e comunicação aos processos de ensino e aprendizagem;

  4. adequação do ensino às necessidades do desenvolvimento econômico e social do País.

As disciplinas de Ciências (Física, Química, Biologia) e Matemática representam um desafio particularmente difícil nesse contexto de expansão. Em primeiro lugar, elas são essenciais à plena participação dos cidadãos não só nos benefícios, como também nas decisões éticas e políticas associadas à ciência, relacionadas com saúde, meio ambiente e produção de bens materiais, que integram a vida no mundo de hoje. Por outro lado, sendo disciplinas já tradicionalmente deficitárias em número e qualificação de docentes (especialmente em Física), o problema da formação de professores assume proporções ainda maiores na atual conjuntura de demanda em forte ascensão.

A formação continuada e em serviço de professores do ensino médio tem merecido amplo incentivo do MEC/CAPES, quer através da realização de várias edições do programa PROCIÊNCIAS, quer do programa TV Escola. O programa TV Escola, que se constitui em recurso de educação a distância de grande potencial, poderia ser melhor aproveitado a partir de um treinamento adequado dos professores.

Os instrumentos das modernas tecnologias de comunicação e de informática desempenharão certamente papel importante no encaminhamento de soluções para a qualificação do grande número de professores que se faz necessário.

A par disso o MEC através da Secretaria de Educação a Distância (SEED) instituiu em 1997 o programa ProInfo [3], que visa à introdução das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação na escola pública como ferramenta de apoio ao processo de ensino-aprendizagem. Nos Estados, o programa ProInfo tem como principal instrumento multiplicador os Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE), que são estruturas descentralizadas de apoio ao processo de informatização das escolas.

Nesse sentido vale considerar que, com os amplos recursos disponibilizados pelo Fundo de Universalização dos Serviços Telefônicos (FUST), no âmbito do ProInfo, a meta divulgada pelo governo federal para informatização do ensino médio no Rio Grande do Sul, no biênio 2001-2002, é conectar à Internet 743 escolas de 399 municípios. Como espelho do programa ProInfo no Estado, a SEC/RS lançou, em 28/05/2001, o projeto Rede Escolar Livre. Através deste projeto a SEC/RS pretende viabilizar o uso da Informática nas escolas públicas estaduais. A iniciativa atingiria 2.200 escolas estaduais até julho de 2002, resultando em cerca de 20.000 computadores ligados em rede. Ao final de 2002 é esperado um total de 30.330 microcomputadores instalados em cerca de 3.000 escolas [4]. Entretanto, o grande contingente de professores não dispõe, pessoalmente, de facilidades computacionais e mesmo quando disponível na escola, a maior parte dos professores não lançará mão destes recursos devido ao despreparo e falta de habilidade neste setor. As razões alegadas, muitas vezes justas, são de que não dispõem de condições para aprender a utilizá-los. Certamente as IES com experiência em ensino e pesquisa e na formação de professores para o ensino médio, terão neste processo contribuição importante e imprescindível para o seu sucesso. Num programa de formação continuada como pretendemos oferecer, novas tecnologias de informação e comunicação permearão todas as disciplinas, dando-se ênfase à transposição didática.

             No Rio Grande do Sul há aproximadamente 1500 professores de Física atuando no ensino médio, destes da ordem de 20% não são licenciados em Física, tendo formação em outras áreas. Nas edições do programa PROCIÊNCIAS/CAPES/FAPERGS anteriores ao atual foram capacitados cerca de 1000 professores de Física. Observe-se que nas edições anteriores do programa o foco não era centrado na incorporação das novas tecnologias de informática e comunicação aos processos de ensino e aprendizagem, podendo, portanto, ser considerado como público alvo para a presente proposta todo o grupo de professores de Física que atuam no ensino médio no estado.

O presente projeto será executado no âmbito do Centro de Referência para o Ensino de Física (CREF) [5], do Instituto de Física da UFRGS. O CREF tem a missão de: Realizar e apoiar estudos, pesquisas e ações voltadas para a excelência e a disseminação do ensino de Física em todos os níveis, valendo-se da experiência nacional e internacional em melhoria do ensino, das novas tecnologias de comunicação e informação que a instrumentalizam e do potencial da Internet para sua difusão. Ele ocupa área de 500 m2 no Prédio 43135 no Campus do Vale, disponibilizada através de recursos da própria Universidade, da CAPES e da SESu, e está dedicado a promover de forma sistemática, institucional e permanente, o cultivo da excelência no ensino de Física na UFRGS e em todo o Estado. Para o desempenho dessa missão, o CREF procura articular-se com Unidades da própria Universidade, Departamentos de Física de outras instituições de ensino superior, Secretaria de Educação e suas Delegacias, professores dos vários sistemas de ensino, escolas e alunos, e o público em geral, buscando estratégias para o uso apropriado da informática e de tecnologias de comunicação como instrumentos de apoio à melhoria e à difusão do ensino de Física.

O CREF insere-se num Instituto que alia à excelência na pesquisa, uma longa e qualificada atuação nas áreas de licenciatura e de educação continuada de professores. Em nível de Graduação o Curso de Licenciatura em Física passou por uma reforma curricular implementada a partir de 1998, e que deverá ser complementada em breve para se adequar às novas Diretrizes Curriculares para a Licenciatura. A partir do segundo semestre de 2000 foi criado o Curso Noturno de Licenciatura em Física, com 30 novas vagas. Estas vagas somaram-se às 24 novas vagas existentes a partir do vestibular de 1999 para ingresso no Curso de Física (bacharelado e licenciatura diurnos), aumentando de 86 para 110 o número de novos ingressos no Curso de Física diurno.

A pós-graduação stricto sensu em Física foi iniciada no nosso Instituto em 1968 e, desde essa época, Ensino de Física é uma das áreas de concentração do Mestrado em Física. Nesse sentido, o Instituto ofereceu o primeiro Mestrado em Ensino de Física do Brasil, formou o primeiro mestre do país nessa área, em 1971, e nela tem atuado ininterruptamente desde então, tendo sido concluídas até o presente 36 dissertações de mestrado e 3 teses de doutorado. Tudo isso indica que o Instituto teve, e continua tendo, uma ação pioneira e decisiva, em nível nacional, no que se refere ao mestrado acadêmico em Ensino de Física. Presentemente, o Instituto está propondo a criação do Programa de Mestrado Profissional em Ensino de Física com início previsto para o primeiro semestre de 2002 com uma oferta de 20 vagas.

Anualmente são realizados encontros e cursos de atualização dedicados a professores de Física do Estado; em vários desses eventos foram apresentados conjuntos para laboratório, desenvolvidos no Instituto e disponibilizados por empréstimo para uso nas escolas. O Boletim do Grupo de Ensino de Física [6] é distribuído semestralmente desde 1992 a mais de duzentos professores cadastrados. A cada ano são realizados Cursos de Física para alunos do Ensino Médio, no primeiro e segundo semestre, com duas turmas de 25 alunos cada um, que se constituem também em atividade de estágio para os licenciandos. Desde a implantação do PROCIÊNCIAS/CAPES/FAPERGS em 1996, o Instituto já ministrou quatro cursos de atualização para professores de Física do ensino médio, com mais de 120 horas-aula e 30 professores-alunos cada um, sendo três em Porto Alegre e um na URCAMP, em São Gabriel. Na realização deste último foi utilizado o Observatório Educativo Itinerante (OEI) [7], do Departamento de Astronomia, que oferece cursos, na modalidade interinstitucional, de atualização em Astronomia e Física para professores de ensino fundamental ou médio.

A comissão organizadora foi estruturada para incluir professores com experiência na formação continuada de professores. Dentre a experiência da comissão organizadora, salientamos:

  •  três dos membros coordenaram os quatro projetos PROCIÊNCIAS/CAPES/FAPERGS em Física e Astronomia que foram oferecidos pela UFRGS e URCAMP;

  •  um dos membros é o idealizador e coordenador do Observatório Educativo Itinerante, que visa levar a Astronomia ao alcance dos professores de ensino médio e fundamental da rede pública e privada do estado do Rio Grande do Sul. 

  • a maior parte dos membros já atuaram em programas de formação continuada de professores do ensino médio, inclusive de projetos PROCIÊNCIAS, oferecidos tanto pela UFRGS, quanto por outras instituições de ensino.

  •  um dos membros trabalha com cursos de extensão para professores e/ou estudantes do ensino médio e fundamental desde 1980 e, presentemente, como membro do Núcleo de Integração Universidade & Escola da UFRGS (NIU&E/UFRGS), faz parte da equipe coordenadora dos projetos Ler & Escrever: Compromisso de todas as áreas da Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre e Reconstrução Curricular junto à Divisão de Coordenadoria Regional da Secretaria Estadual de Educação - RS.

  •  dois dos membros trabalham com novas tecnologias no ensino de física há longo tempo, estando presentemente desenvolvendo projetos em experimentação remota e em aquisição automática de dados com microcomputadores.

  •  a maior parte dos membros são participantes do projeto de ensino a distância desenvolvido junto ao CREF.

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Última atualização: 9/9/2002
por Bruna Griebeler
Contato: Silvio L. S. Cunha