Guia do Educador para Vida Além da Terra

Cortesia do Jet Propulsion Laboratory


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Em Busca de Sinais de Inteligência

Histórico do Programa

Em 1992, o Jet Propulsion Laboratory lançou um levantamento do céu usando radiotelescópios. O High Resolution Microwave Survey (HRMS) foi projetado para mapear todo o céu durante os próximos anos. Parte do estudo é voltado para a busca por inteligência extraterrestre, também conhecida como SETI. Esta não foi uma busca furiosa por "aliens" do tipo que rotineiramente encontramos em tablóides de supermercados. Foi um exame cuidadoso do espaço que nos cerca. De fato, HRMS foi projetado apenas para "ouvir"; nenhum sinal foi transmitido.

O HRMS foi conduzido pelo Centro de Pesquisas Ames, na área de San Francisco Bay. O JPL foi um centro colaborador. A parte do JPL no projeto usou radiotelescópios da Rede de Espaço Profundo na Califórnia e Austrália. Ames encabeçou uma busca de alvos selecionados com um enorme rádiotelescópio de 300 metros (1.000 pés) em Porto Rico. Os extremamente sensíveis receptores iniciaram a busca em 12 de Outubro de 1992, Dia de Colombo [Dia do Descobrimento da América, NT].

Entretanto, o Congresso encerrou o programa em Outubro de 1993 devido à pressões orcamentárias. O SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence Institute, ou 'Instituto para Busca por Inteligência Extraterrestre'), uma organização privada e não-lucrativa que tinha trabalhado no HRMS tomou para si parte dos esforços visando a descoberta de sinais extraterrestres. A nova tentativa é chamada Projeto Phoenix [Fenix]. A NASA tornou seus sofisticados equipamentos e instalações disponíveis aos cientistas e engenheiros do Instituto SETI.

Fontes de Sinais

Nós já sabemos que o céu está recheado com radioenergia. Mas o Projeto Phoenix também irá procurar escutar fontes não-naturais. Cientistas determinaram que a porção do espectro eletromagnético do rádio é uma das melhores para a busca por sinais de vida extraterrestre. Ondas de rádio, especialmente em algumas freqüências, aparentam uma potência muito maior se comparada com o sinal natural de fundo do céu. Sinais de luz visível teriam de ser extremamente fortes na fonte de forma a serem detectadas a longas distâncias. Além disso, estrelas são gigantescas bolas de gás brilhante mas nenhuma, exceto nosso próprio Sol, é brilhante o suficiente para provocar uma sombra.

Sinais de rádio podem viajar através de nuvens de gás e poeira que iriam bloquear ou dispersar a luz visível. Mas isto não significa que nossas redes de rádio e televisão seriam detectáveis por uma civilização alienígena ou que nós possamos esperar espiar o equivalente deles das nossas novelas ou propagandas de tênis esportivos. Nosso rádio, TV e transmissores de radar enviam energia em todas as direções. Os sinais enfraquecem conforme ficam mais e mais distantes do transmissor.

A energia atenua-se com o quadrado da distância. Se um receptor está duas vezes mais distante de um transmissor que outro, a energia não é a metade mas apenas 1/4! A três vezes mais distante, ela é 1/9, e a quatro vezes ela é 1/16, e assim por diante. Muito rapidamente, os sinais tornam-se demasiadamente fracos para serem casualmente detectados. Mas, uma inteligência alienígena que tenha interesse em comunicar-se iria enviar um sinal focalizado, talvez como um farol. O sinal seria capaz de viajar na velocidade da luz por vários anos. Naturalmente, de forma a fazer com que seus sinais sejam detectados, alguém deveria estar procurando.

Procurar é exatamente o que o Projeto Phoenix estará fazendo. Usando radiotelescópios, o céu inteiro será varrido. Sinais inesperados ou incomuns serão automaticamente extraídos dos dados pelo computador. Cientistas irão então examinar estes dados. Se algo intrigante surgir, um exame mais detalhado pode ser feito.

Detectando um Sinal

O que irá acontecer se sinais suspeitos de serem de origem extraterrestre forem detectados? Os cientistas guardarão silêncio? O projeto tem dado a estas questões uma cuidadosa consideração. A informação técnica será fornecida a observadores independentes tal que eles possam confirmar a descoberta. Isto irá evitar embaraços e confusão em caso de erros de interpretação. Então, a informação será revelada ao público.

Muito provavelmente, a descoberta será a de que nós encontramos alguma coisa como que um sinal de farol. A distância da fonte será provavelmente tão grande que conversação será impossível. Para comunicar-nos com uma civilização em um planeta a 50 anos-luz da Terra (logo na porta ao lado, em termos astronômicos) levaria um século para termos uma resposta. O sinal que nós receberíamos já teria 50 anos de idade. Os que o enviaram vivem tanto quanto nós? Eles enviaram o sinal sabendo que somente seus filhos ou netos poderiam ter uma resposta? Podemos mesmo ter esperanças em entender-nos uns aos outros?

O Projeto Phoenix irá cobrir uma porção comparativamente pequena de nossa galáxia. Nossa galáxia é apenas uma dentre bilhões de galáxias. Galáxias contém dezenas ou milhares de bilhões de estrelas. Cientistas do projeto podem encontrar sinais de vida inteligente, eles podem encontrar novos objetos interessantes, ou podem não encontrar nada. Deve haver vida em algum outro lugar no Universo, ou nós podemos estar completamente sós. Nunca saberemos se não dermos uma olhada. É uma busca por um alfinete dourado em um palheiro cósmico.

Não existe garantias de que o Projeto Phoenix irá encontrar evidências de inteligência extraterrestre, mas a busca, por si só, é certamente um pensamento provocante. O Instituto SETI está desenvolvendo material educacional para estudantes de escolas primárias.

A Equação de Drake

Um importante aspecto da busca é que ela incorpora uma larga faixa de matérias e pode ser ensinada por todo o curriculum. Uma visão mais geral do assunto pode ser encontrada na pedra fundamental do SETI, a "Equação de Drake". Desenvolvida pelo astrônomo Dr. Frank Drake em 1961, ela é uma forma de organizar informação de modo a tentar estimar o número de civilizações que podem estar emitindo sinais detectáveis de rádio. Nenhum dos valores são realmente conhecidos hoje e estimativas podem variar em muitas ordens de grandeza! Realmente, cada um dos termos também levantam questões e pensamentos provocantes sobre a natureza e sobre nós mesmos.

(Formatação para Computador impede o uso de subscritos. Na equação e definições abaixo a(s) letra(s) que seguem após a primeira letra são realmente subscritas; R(subscrito)estrela, f(subscrito)p...)

Onde:

N =
o Número (estimado) de civilizações em nossa galáxia atualmente capazes de comunicarem-se com outras. "N" é uma estimativa, uma vez que é produto de estimativas.
Restrela =
a taxa de formação de estrelas durante o período em que o nosso sistema solar foi gerado. (Como as estrelas nascem? Quanto tempo elas vivem? Como elas morrem?)
fp =
a fração de estrelas com planetas. (O planetas são rotineiramente formados com as estrelas ou nosso sistema é um feliz acaso?)
ne =
número de planetas, por sistema solar, com um ambiente adequado à vida. (Por que as condições na Terra são adequadas para a vida como a nossa? Por que as condições em outros planetas de nosso sistema solar são tão hostis?
fl =
a fração de planetas adequados nos quais a vida realmente aparece. (As condições férteis são suficientes para permitir que a vida inicie-se?)
fi =
fração de planetas sinalizadores nos quais inteligência emerge. (A vida tem estado presente na Terra por bilhões de anos, mas porque a inteligência é um desenvolvimento tão recente?)
fc =
fração de sociedades inteligentes que desenvolvem a habilidade e desejo de comunicarem-se com outros mundos. (Nós temos a tecnologia de comunicações por rádio a apenas poucas décadas. O desejo de conhecer o universo é uma consequência da inteligência?)
L =
Longevidade de cada sociedade tecnológica em estado comunicativo. (As sociedades desenvolvem a habilidade de destruirem a si ou a seus ambientes logo após desenvolverem tecnologia de comunicação?)

O produto "N" pode ser um número muito grande ou muito pequeno. Tudo que sabemos com certeza é que o valor é maior ou igual a 1; pois nós estamos aqui e o fato de podermos contemplar isto é evidência de inteligência. Sem um pouco mais de informação, seria totalmente não-realista tentar discutir cada elemento da equação em detalhes. Mas cada variável pode genericamente ser usada para destacar importantes pontos sobre nosso Universo. Até mesmo definir termos como "galáxia" ou "inteligência" irá ampliar a visão dos estudantes.

Atividades na Sala de Aulas

Como atividades na Sala de Aulas, os estudantes podem ser encorajados a fazer desenhos de "aliens" e seus mundos. Eles podem escrever ensaios sobre que impacto a detecção de vida inteligente teria em uma sociedade ou neles mesmos, ou qual mensagem eles enviariam para os alienígenas. Pesquisa em astronomia, biologia, geologia, sociologia, ecologia, entre um grande número de outras ciências, podem ser consideradas sob o contexto do SETI.

A maioria dos contos de ficção científica lidam com interações com alienígenas. A televisão e filmes frequentemente fazem o mesmo -- por exemplo: Jornada nas Estrelas em suas quatro séries, vários filmes, incontáveis livros e contos. Frequentemente o drama envolve temas sociais atuais. Até mesmo a maior parte dos trabalhos cinematográficos com Arnold Schwarzenegger lidam com interações com alienígenas, embora o enfoque sociológico esteja frequentemente em segundo plano.

Por favor, lembre-se de que, apesar de "N" poder ser maior que 1, a distância entre as estrelas é tão grande que pode muito bem ser impossível realmente receber visita de alienígenas. Afinal, a Voyager 2 levou 12 anos para alcançar Netuno. Netuno está a quatro horas-luz de distância. A estrela mais próxima está a mais de quatro anos-luz distante! Nós podemos ter de nos satisfazer com comunicações por rádio, onde décadas passam entre as perguntas e respostas.

Contacte Informações

Poucas crianças são desinteressadas pela idéia de inteligência extraterrestre. Muitos podem ter visões distorcidas pela exposição a tablóides sensacionalistas. É apropriado conduzir o entusiasmo deles para o uso mais construtivo de ciências e humanidades. Para mais informações, contate o Instituto SETI, em: 2035 Landings Drive, Mountain View, CA 94043 Tel.: (415) 961-6633.


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Traduzido para o Português por: Marcelo C. Galati, pela M&H-Consulting